CPI e pedido de cassação avançam
06/08/2009
Com o anúncio da ação no MPF, petistas viabilizaram comissão e PSOL reforçaram possibilidade de impeachment de Yeda
Com
o anúncio da ação de improbidade administrativa do Ministério Público
Federal, a Assembleia Legislativa se tornou território da oposição
ontem. Se poucos governistas eram vistos pelos corredores do
parlamento, adversários da governadora Yeda Crusius atuaram em duas
frentes: reafirmaram o pedido de impeachment contra ela e deslancharam
a CPI da Corrupção. O contra-ataque do Palácio Piratini partiu do chefe
da Casa Civil, José Alberto Wenzel.
Em compasso de espera desde
maio, a nova CPI só está prestes a sair do papel porque três deputados
do PDT resolveram assinar o requerimento da comissão, que agora tem 20
signatários, um a mais que o mínimo necessário. Gerson Burmann, Giovani
Cherini e Kalil Sehbe tomaram a decisão em conjunto, na casa de
Cherini, logo após a manifestação dos procuradores da República. No
início da noite, os três foram para a Assembleia, onde encontraram o
resto da bancada pedetista e os deputados do PT. Cherini afirmou que
assinava a CPI com “tristeza” e condenou as comemorações da tarde.
O deputado se referia à manifestação de
estudantes e sindicalistas e em frente ao Piratini. Em festa, o grupo
acompanhou os líderes do PSOL em visita à Assembleia. A deputada
federal Luciana Genro e o vereador Pedro Ruas estiveram no Legislativo
para protocolar um requerimento para que a Casa vote o pedido de
impeachment feito em junho de 2008 e arquivado pelo então presidente,
Alceu Moreira (PMDB). Em análise na Comissão de Constituição e Justiça,
o desarquivamento será examinado também pelo plenário. Caso aceita, a
tramitação do afastamento ocorrerá em quatro fases, sendo a última o
julgamento da governadora.
– Há uma quadrilha instalada no
Piratini. É tarde para CPI, pode ser uma medida protelatória. É o
momento de votar o impeachment – afirma Luciana.
Futura
presidente da CPI, a deputada estadual Stela Farias (PT) defendeu a
tramitação paralela da comissão e do pedido de impeachment. Ela entrega
hoje ao presidente da Assembleia, Ivar Pavan (PT), o pedido de
instalação da comissão. Depois de o requerimento passar por Pavan e
pela Procuradoria da Casa, será aberto o prazo para as bancadas
indicarem representantes. Segundo Stela, as investigações serão focadas
nas operações Rodin e Solidária, as denúncias do PSOL e de Magda
Koenigkan, viúva do ex-assessor Marcelo Cavalcante, e a polêmica dívida
de R$ 16 milhões cobrada pela Atento junto ao Detran e contestada por
dois ex-presidentes da autarquia.
Em
outra linha de atuação, a oposição sugeriu a Pavan que encaminhe à
Justiça Federal um pedido de quebra do sigilo da ação dos procuradores.
Pavan classificou a ação do MPF de um fato inédito, profissional e
ousado. Além de defender a quebra de sigilo, o presidente da Casa
apoiou a CPI por conta dos “novos fatos em abundância”. Já o
vice-governador Paulo Feijó se disse “consternado, mas não surpreso”:
– Não posso opinar sobre a ação do MPF em si, mas não me surpreendo pelos fatos que vieram à tona. Confio nas
instituições.
(Fonte: Zero Hora)
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