Cai o 22º secretário do governo Yeda
10/07/2009
Otaviano, da Transparência, havia recomendado sindicância sobre assessora da governadora
Com
a saída prevista desde o final de maio, o secretário da Transparência,
Carlos Otaviano Brenner de Moraes, deixou o cargo ontem sem se despedir
da governadora Yeda Crusius. Entregou à Casa Civil uma nota pública, na
qual faz um balanço das suas atividades no primeiro escalão. Otaviano é
o 22º secretário a deixar o atual governo desde o início do mandato.
Minutos
após o anúncio da exoneração, o Palácio Piratini anunciou que o chefe
adjunto da Casa Civil, Francisco de Assis Cardoso Luçardo, assumiu
interinamente a cadeira deixada pelo colega. No mesmo dia, enviou um
ofício à procuradora-geral de Justiça, Simone Mariano da Rocha,
comunicando o retorno ao Ministério Público (MP) Estadual, onde é
procurador.
Nas duas páginas de sua nota, o ex-secretário não
faz referência aos motivos da decisão. Apenas diz que chegou a hora de
voltar ao MP Estadual. O desconforto dele no cargo já era público desde
o final de maio.
A colegas de governo, Otaviano disse estar
incomodado com os ataques vindos da oposição na Assembleia. Chegou a
entrar com um processo contra a deputada estadual Stela Farias (PT),
que o acusou de advocacia administrativa no episódio envolvendo a
Atento, empresa de depósito e guincho de veículos apreendidos na
Capital, que cobra uma suposta dívida de R$ 16,5 milhões do Estado. Por
conta da polêmica, a procuradora-geral de Justiça autorizou a abertura
de um procedimento para apurar a conduta do procurador.
Para
os governistas, Otaviano saiu por não ser político e, por consequência,
não ter capacidade de suportar os ataques dos adversários. O deputado
estadual Coffy Rodrigues (PSDB) afirmou que chegou a aconselhar o
secretário, explicando o “vale-tudo” da oposição.
Deputado rejeita ligação entre assessora e queda de Otaviano
A
exoneração, porém, ocorreu um dia após o advogado da assessora da
governadora Walna Vilarins Meneses, Norberto Flach, tornar pública uma
certidão da Justiça Federal que, segundo ele, confirma que a assessora
não foi investigada pela Operação Solidária, que apura suspeitas de
fraude em licitações no Estado. Com base na certidão, o Piratini
anunciou que não abriria uma sindicância contra ela.
A
Polícia Federal (PF), por sua vez, informou que a investigação sobre
Walna prossegue. A abertura de um procedimento administrativo para
investigar a conduta da assessora havia sido recomendada por Otaviano.
Coffy não relaciona a saída de Otaviano à permanência de Walna.
– Se certidão de um desembargador não tem importância, não entendo mais nada.
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