Fiscalização rende 1,7 bi ao Leão
10/07/2009
Quase uma GM
Você
já imaginou uma única operação de fiscalização render R$ 1,7 bilhão, o
equivalente a quase todo o projeto da nova fábrica da General Motors,
em Gravataí, que será anunciado na próxima semana? Pois foi o que
ocorreu na Superintendência Regional da Receita Federal.
Uma
única empresa havia entendido que tinha direito a um crédito fiscal por
impostos pagos ao longo de anos. Solicitou, mas não levou.
Diplomaticamente,
o superintendente Dão Real Pereira dos Santos evitou dizer não só o
nome da companhia, como o setor no qual exerce suas atividades sob a
alegação do sigilo fiscal, mas confirmou que é uma das maiores
operações envolvendo uma única empresa no RS.
– Não sei se é a maior da história, mas, certamente, é um dos maiores.
Com esse valor gigantesco, o resultado dos tributos, multas e glosas no semestre foi de R$ 2,75 bilhões.
Zero Hora – O Leão está faminto com a queda na receita?
Dão Real Pereira dos Santos
– Atuamos com o rigor de sempre. No Estado, a quantidade de
contribuintes fiscalizados foi, no primeiro semestre, quase igual ao
mesmo período de 2008. Mas o lançamento de valores devidos teve alta
entre 70% e 80%.
ZH – Tem segredo nisso?
Dão – A qualidade na seleção e a identificação interna dos casos produzem um trabalho mais profundo da fiscalização.
ZH – E esse trabalho vai redundar em operações especiais?
Dão
– Neste semestre ou início de 2010, teremos operações especiais de
fiscalização. Temos estudos para identificar o comportamento dos
setores cruzando informações.
ZH – E o resultado do trabalho feito em parceria com o Estado?
Dão
– Para obter uma fiscalização mais eficiente, União e Estado vêm
trabalhando juntos. Convênios possibilitam a partilha de informações
dos contribuintes. A Fazenda passou informações sobre o pagamento e
negociação dos precatórios porque pode haver ganho de capital. E a
Receita repassou dados sobre doações declaradas por pessoas físicas e
jurídicas, passíveis de cobrança de um imposto estadual.
ZH – É uma pressão psicológica para acerter as contas?
Dão
– Não. O compartilhamento resulta não só em uma percepção psicológica,
mas tem efeito prático com o aumento da arrecadação porque se vê que as
infrações são combatidas.
(Fonte: Maria Isabel Hammes - Zero Hora)
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