As suspeitas contra o governo
06/07/2009
Pivô do escândalo do Detran, Lair Ferst entregou ao MPF acusações envolvendo campanha de Yeda e início da administração
Desde
fevereiro, quando a deputada Luciana Genro deu entrevista ao lado do
vereador Pedro Ruas, ambos do PSOL, revelando denúncias que teriam sido
feitas por Lair Ferst contra a governadora Yeda Crusius, os gaúchos
convivem com a dúvida sobre se o pivô do escândalo do Detran estaria
colaborando com as investigações. A confirmação veio ontem por meio de
documentos a que Zero Hora teve acesso.
No ofício
OF/SECRIM/PRRS/Nº 2669, datado de 16 de abril, o procurador Alexandre
Schneider encaminha ao então procurador-geral da República, Antonio
Fernando de Souza, um texto escrito por Lair detalhando 20 supostas
irregularidades que teriam sido cometidas na campanha de 2006 e no
início do governo de Yeda. ZH teve acesso a 12 páginas das 13 páginas
escritas em computador por Lair, rubricadas e numeradas pelo protocolo
da Procuradoria-Geral da República.
Lair conta desde sua
aproximação da campanha até suposta oferta de propina à governadora
feita pelo grupo responsável pela fraude no Detran. No relato, afirma
que a casa de Yeda foi comprada por R$ 1 milhão, e não por R$ 750 mil,
como está no contrato, e que a diferença foi paga com caixa 2.
São
levantadas suspeitas sobre mais de 30 pessoas ou empresas. Lair
descreve um cenário de farto caixa 2. Um dos 20 fatos afirma que a SP
Alimentação, fornecedora de merenda escolar para a prefeitura de
Canoas, doou R$ 500 mil que foram utilizados no início da organização
da campanha. Os valores teriam chegado ao comitê por meio de Chico
Fraga, então secretário de Governo de Canoas. A SP é suspeita de
envolvimento na fraude no município.
O dinheiro não
contabilizado normalmente era recebido por Marcelo Cavalcante,
ex-assessor morto em fevereiro, e por Walna Meneses, assessora de Yeda
e, segundo o depoimento, “controladora do caixa 2”. Lair faz ataques ao
ex-marido de Yeda. Conta que Crusius era avisado da chegada de doações.
Muitas vezes, à noite, diz o relato, Crusius buscava dinheiro no comitê
e levava para o apartamento da candidata. Os recursos nunca mais
retornavam.
(Fonte: Zero Hora)
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