Os
números da receita do Estado em junho não preocupam só o governo.
Prefeitos que compartilham com o Piratini as quedas do ICMS e
categorias do serviço público que buscam reposição salarial projetam um
cenário difícil para o fechamento de 2009.
O prejuízo de R$ 149
milhões previsto para este mês no ICMS não é apenas do governo do
Estado. Um quarto dessa quantia deixará de entrar nos cofres das 496
prefeituras gaúchas. O presidente da Federação das Associações de
Municípios (Famurs) e prefeito de Sentinela do Sul, Marcus Vinícius de
Almeida (PP), calcula um prejuízo de R$ 37 milhões em junho. Para o
conjunto de más notícias, o prefeito não vê outra solução senão apertar
o cinto.
– Algumas prefeituras vão ter de cortar horas extras e diminuir oferta de serviços – afirma.
Entre
os servidores, o clima é de indignação com a possibilidade de o
Piratini limitar a duas categorias do Executivo – oficiais da Brigada
Militar e servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP) – os
reajustes salariais em 2009. O secretário da Fazenda, Ricardo Englert,
argumenta que esses dois setores do funcionalismo gaúcho estavam
defasados diante dos demais. Principalmente depois de os delegados de
Polícia garantirem aumento de 24,01%, já aprovado pela Assembleia e
sancionado pela governadora Yeda Crusius. Para Englert, os que ganham
menos, como servidores do magistério, segurança pública e saúde, já
foram atendidos com o pagamento de valores da Lei Britto e precatórios.
Conforme
o presidente Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs),
Sérgio Arnoud, no governo Yeda os salários perderam por volta de 17% de
poder aquisitivo.
– Refutamos a interpretação da Fazenda. A Lei
Britto é de 14 anos atrás. Isso não é reajuste, é reposição lá dos anos
90 – pondera.