ICMS de junho tem o pior desempenho do ano
25/06/2009
A
arrecadação de ICMS do Rio Grande do Sul de junho teve a maior queda do
ano em relação à previsão do governo. A receita bruta do tributo no mês
deve ficar em R$ 1,201 bilhão, um resultado 12,4% (R$ 149 milhões)
abaixo do previsto no orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa.
No
semestre, as perdas do Estado somente com o ICMS acumulam R$ 356
milhões (4,64% dos R$ 7,657 bilhões esperados) e fizeram com que o
secretário da Fazenda, Ricardo Englert, projete cortes nos
investimentos previstos pelo governo. Em junho, a situação financeira
do Estado deve fechar com um déficit de R$ 76,4 milhões, favorecida com
o repasse de R$ 132 milhões de recursos da União e que estavam
atrasados.
"Não foi um bom mês e teremos que trabalhar nisso", afirma o
secretário, ao garantir que não estão previstas medidas como
parcelamento de salários dos servidores. O mês de junho é referencial
para a arrecadação do Estado em função da comercialização da safra
agrícola e no ano passado apresentou um dos melhores desempenhos da
receita de ICMS da história, com um resultado de R$ 1,357 bilhão.
Segundo Englert, as ações que serão adotadas pelo Estado para reduzir
as despesas previstas, inclusive com investimentos, serão definidas
pelos secretários e pela governadora Yeda Crusius e envolvem a redução,
contenção e a prorrogação de obras e melhorias previstas. "O que é
certo é que vamos manter o ajuste fiscal e os gastos do Estado no
tamanho da receita", diz.
O governo irá se balizar pelo andamento dos projetos para definir os
cortes. Os que estiverem atrasados serão os primeiros a sofrer com o
contingenciamento dos recursos. Dados da Junta de Coordenação
Orçamentária e Financeira do Estado (Juncof) mostram que a realização
dos investimentos está atrasada e não será alcançada a meta de
concentrar 60% das liberações até o final de junho. O balanço divulgado
na semana passada mostra que foram liberados R$ 408 milhões do R$ 1,2
bilhão previsto para o ano.
A preocupação volta-se agora para o desempenho da economia gaúcha no
segundo semestre. Englert afirma que é muito difícil que se alcance a
arrecadação prevista no Orçamento para o período, o que sinaliza que as
perdas de R$ 356 milhões acumuladas desde o início do ano não serão
recuperadas, já que grande parte delas ocorreu em função do
desaquecimento da economia provocado pela crise internacional. "É
provável que se perca mais no segundo semestre", projeta. Há uma
preocupação extra com a necessidade de fazer caixa mês a mês para o
pagamento do 13º salário do funcionalismo em dezembro.
O esforço para reduzir o impacto negativo na arrecadação será
concentração no aumento da arrecadação. Dez setores devem passar a ser
enquadrados dentro da sistemática de substituição tributária em
setembro e outubro, entre os quais materiais de construção, plástico e
brinquedos. Um convênio deve ser assinado nos próximos dias com os
governos de São Paulo e Minas Gerais para viabilizar a expansão do
mecanismo pelo qual o ICMS é cobrado na indústria ou no distribuidor e
não mais na venda ao consumidor. Além disso, o Estado planeja ampliar a
ação contra a sonegação. A Sefaz também divulgou que foram pagos R$ 56
milhões em precatórios neste ano, enquanto que o desembolso para o
pagamento das Requisições de Pequeno Valor (RPVs) chega a R$ 48
milhões. Nas juntas de conciliação do Tribunal de Justiça, instituídas
em maio, foram pagos R$ 800 mil.
(por Leandro Brixius)
Secretário da Fazenda descarta novos reajustes
Ao divulgar o calendário de pagamento do funcionalismo em junho, o
secretário da Fazenda, Ricardo Englert, garantiu ontem que apenas
delegados, coronéis da brigada e parte do quadro do Instituto Geral de
Perícias (IGP) receberão reajustes neste ano.
Ele garantiu que as demais categorias do funcionalismo público não
serão beneficiadas, pois já teriam tido suplementação nos vencimentos
com o pagamento de débitos da Lei Britto, precatórios e promoções.
"É preciso trabalhar com muita responsabilidade em cima disso. O Estado
não está projetando aumentos para categorias, mas resgatando reajustes,
ganhos em juízo, especialmente relacionados com Lei Britto. A gente
ainda está resgatando o passado", afirmou Englert.
Segundo ele, o aumento detectado pelo governo de 10% no tamanho da
folha de pagamento entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o
mesmo período no ano passado, é uma comprovação de que os servidores
gaúchos foram beneficiados.
Englert também recomendou que os poderes Executivo e Legislativo fiquem
de olho na execução de seus orçamentos e ajustem os gastos diante de um
cenário de queda na arrecadação.
Também foram reajustados os vencimentos básicos dos delegados de
polícia em 24,01%, de forma escalonada, em março e agosto de 2009 e
março de 2010.
Ontem, por unanimidade, os deputados aprovaram reajuste para os
vencimentos dos servidores da Assembleia Legislativa. O vencimento será
elevado em 3%, desde 1 de abril deste ano; 3% a partir de 1 de
dezembro, e em 3% a partir de 1 de março de 2010.
Na próxima semana entrará em votação no Parlamento o projeto de
reajuste para os conselheiros e auditores substitutos de conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado (TCE) e dos procuradores do Ministério
Público de Contas.
Na semana passada a Assembleia Legislativa aprovou três projetos de
reajuste a servidores do Estado. Ganharam aumento os delegados de
Polícia, os funcionários do Judiciário - já sancionado pelo Estado - e
de cargo efetivo em comissão do Ministério Público.
As duas classes terão reajuste em 6% a partir de março de 2009, mais 6% em outubro de 2009 e 3% em janeiro de 2010.
(Fonte: Jornal do Comércio)
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