Pé no freio
25/06/2009
A redução de R$ 149 milhões na arrecadação de ICMS de junho em
relação ao previsto no orçamento deste ano obriga o governo gaúcho a
pisar no freio. O semestre está terminando com R$ 356 milhões a menos
do que a arrecadação prevista no orçamento e as perspectivas para o
segundo semestre não são nada animadoras. Com a redução dos repasses
federais em níveis ainda mais acentuados do que a queda do ICMS, o
aperto vai continuar.
A situação neste mês só não é dramática
porque o governo federal repassou valores atrasados da Lei Kandir. Isso
significou uma injeção de R$ 132 milhões.
A euforia causada pela
conquista do déficit zero, no final do ano passado, animou os
secretários, que até então só conheciam a escassez, e estimulou as
demandas salariais. O governo comemorou tanto, que passou para a
sociedade a ideia de que a situação do Estado era melhor do que
realmente é.
Recentemente, com a aprovação de reajustes para
delegados de polícia e servidores do Judiciário, do Ministério Público
e da Assembleia, outras categorias começaram a se mobilizar. A pressão
fez o governo afinar o discurso para dizer que não há recursos para
outros aumentos. Somente oficiais da Brigada e parte dos servidores do
Instituto-Geral de Perícias têm, segundo o secretário da Fazenda,
alguma possibilidade de ganhar um reforço salarial este ano.
A
secretária da Educação, Mariza Abreu, chegou a dizer que a perspectiva
de queda na arrecadação é um dos motivos para o governo hesitar em
encaminhar para a Assembleia os projetos de mudança nos planos de
carreira. Explica-se: como o governo sabe que para mudar as carreiras
terá de dar algum aumento salarial na base, isso só será possível se
não comprometer o ajuste fiscal.
ALIÁS
Os resultados fiscais de
junho causaram uma inflexão no discurso do governo, que passou a
admitir a necessidade de cortes nos investimentos.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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