Queda da arrecadação ameaça investimentos
25/06/2009
Com receita abaixo do previsto este mês, Piratini planeja adiar obras ainda não licitadasDiante
do pior mês de 2009 para as finanças do Estado, com arrecadação do ICMS
R$ 149 milhões abaixo do previsto, o Piratini prepara adiamento de
parte dos investimentos planejados para este ano.
Em junho, o
Estado gastou R$ 76,4 milhões a mais do que arrecadou. Repasses da
União evitaram um tombo maior. Só pela Lei Kandir o Estado recebeu R$
132 milhões. O secretário da Fazenda, Ricardo Englert, admitiu
preocupação com as perspectivas para o Tesouro até o fim do ano.
A
prioridade é assegurar tranquilidade para enfrentar a folha de
dezembro, quando aos salários se soma o 13º do funcionalismo. O
secretário admitiu que a Fazenda tem poucos mecanismos para combater a
queda de arrecadação. Três possibilidades foram descartadas por
Englert: o Estado não vai voltar a parcelar salários, atrasar repasses
para fornecedores ou mexer nos recursos do caixa único.
Assim, a
opção deve ser o corte nos investimentos. O Piratini previa pelo menos
R$ 1,2 bilhão para aplicar em estradas e outras obras de
infraestrutura, o que equivale a cerca de uma vez e meia a folha de
pagamento do Estado. Em 15 de julho, Englert vai se reunir com outros
secretários, como faz todos os meses, para avaliar a situação. O
secretário da Fazenda explica que serão adiadas preventivamente obras
que não estão andando – seja porque não foram licitadas ou porque
tiveram problemas de execução. Englert pondera que as obras não serão
canceladas, mas adiadas para 2010.
– É bem provável que investimentos com dificuldade para ser executados de repente se prorroguem – disse.
E complementou:
–
O mundo não termina no dia 31 de dezembro. Se a gente está vendo que
não tem recurso até lá para comprometer em alguns projetos, esse é um
dinheiro que a gente pode alocar.
O secretário do Planejamento,
Mateus Bandeira, espera os resultados consolidados da arrecadação de
junho para projetar a dimensão dos investimentos a serem adiados. Ele
confirmou que uma parte das obras não está progredindo como o esperado
e assinalou que, desse grupo, sairão os projetos que podem ser
prejudicados:
–
No dia 15 vamos saber qual o nível de contingenciamento, por cautela. A
princípio essa parcela vai ser pequena porque o ritmo dos investimentos
já está menor que o esperado.
(Fonte: Zero Hora)
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