A ordem é apertar cintos
18/06/2009
Um dia depois de a Assembleia ter aprovado aumentos salariais para
delegados, servidores do Judiciário, do Ministério Público e do
Legislativo, a governadora Yeda Crusius reuniu a Junta de Coordenação
Financeira para avaliar a situação das contas públicas. Os números
indicam que, embora o quadro não possa ser classificado como dramático,
há sinais preocupantes no horizonte.
De janeiro a maio, a
arrecadação de ICMS ficou 3,8% abaixo do valor previsto no orçamento. O
comportamento da receita na primeira quinzena de junho, com redução na
arrecadação do comércio, indica que o mês fechará com resultado ainda
pior do que o de maio. No mês passado, faltaram R$ 36 milhões para
atingir a arrecadação de ICMS prevista no orçamento. A situação só não
é pior porque o governo arrecadou com o IPVA R$ 24 milhões a mais do
que em 2008.
A grande preocupação da Fazenda é com a redução dos
repasses de recursos federais (Cide, Lei Kandir, IPI Exportação e o
Fundo de Participação dos Estados). A queda até maio foi de 12,6% em
relação ao mesmo período do ano passado e de 28% em comparação com o
previsto.
Para complicar a situação, o governo enfrentará a
partir de agora uma onda de pressões de servidores por aumentos
salariais, com ameaça de greve em setores essenciais, como a segurança
pública. Ontem, a Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar
teve audiência com o secretário da Segurança para pleitear aumento, mas
o general Edson Goularte avisou que estavam batendo na porta errada: o
pedido deve ser reapresentado hoje ao chefe da Casa Civil. Os
técnicos-científicos também iniciaram mobilização por aumento.
O
governo não pretende propor reajustes para os servidores do Executivo.
A justificativa é que a maioria está recebendo as correções da Lei
Britto e que os servidores dos escalões inferiores da Segurança tiveram
também a chamada matriz salarial, com reajuste em torno de 10%. O
argumento não convence os sindicatos, que planejam infernizar a vida da
governadora e de seus secretários nos próximos dias.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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