Polícia quer rastrear o destino de gado

Tarso Genro entrega veículos hoje em Bagé para dar início a operação

Abigeatários podem estar abastecendo frigoríficos gaúchos legalizados. A afirmação é do coordenador do Pronasci Fronteiras (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Fronteiras), Luiz Paulo Barreto.

Para investigar o destino do gado furtado de fazendas gaúchas, a Polícia Federal (PF) se somará às polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PRF) no combate ao abigeato. Hoje as forças policiais que participarão da ação recebem um reforço na frota: o ministro da Justiça, Tarso Genro, entrega em Bagé picapes 4x4, motocicletas e automóveis, que serão distribuídos a 31 municípios.

– Serão duas as frentes a partir de agora: uma no combate ao furto com reforço no policiamento de estradas e vias vicinais e outra à receptação, com fiscalizações sanitárias e trabalho de investigação – explicou Barreto.

Ontem, o superintendente da PF no Estado, Ildo Gasparetto, confirmou o envio de 32 agentes para a região (veja os municípios em box ao lado), onde outros 60 policiais da PRF reforçam o policiamento de estradas federais.

– Esses agentes da PF atuarão no setor de inteligência, buscando as ligações entre as quadrilhas que furtam o gado e quem abate e comercializa a carne. Usaremos até binóculos que permitem a visão noturna para seguir criminosos – afirmou Gasparetto.

Conforme Barreto, outros municípios já se mostraram interessados em se integrar ao Pronasci Fronteiras no Estado.

– Não bastam apenas viaturas novas, é preciso que as comunidades locais municiem a polícia com informações. É uma via de mão dupla: quanto mais se combater os abigeatários, mais a população se sentirá confiante para ajudar – aposta ele.

Para auxiliar no mapeamento de rotas usadas pelas quadrilhas, um helicóptero da PRF também ficará na região, provavelmente em Pelotas. Segundo o diretor-geral da PRF, inspetor Hélio Cardoso Derenne, a aeronave ficará na região por um ano.

– A ideia é criar uma rede integrada, com uma central de informações em Bagé, que poderá, aos poucos, auxiliar na repressão a outros crimes, como o contrabando e o tráfico de armas – explicou o secretário nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestreri.