Receita Federal mapeia fronteiras para coibir o contrabando

A Receita Federal iniciou, ontem, a Operação Azulão, que vai mapear e localizar os principais pontos de vulnerabilidade para entrada de contrabando e descaminho nas fronteiras do Rio Grande do Sul. A missão será apoiada por um helicóptero modelo EC 135 T2+, da Divisão de Operações Aéreas, equipado com um avançado sistema de monitoramento visual. 'A ação terá como base inicial a região de Pelotas, a partir da qual faremos o mapeamento da área que vai de Rio Grande até o Chuí e, posteriormente, até Jaguarão', afirmou o superintendente da Receita no Estado, Dão Real Pereira dos Santos. Também serão monitoradas as regiões de Bagé, Uruguaiana e Passo Fundo. A Operação Azulão segue até 30 de maio.
A intenção da Receita Federal é identificar não apenas as principais rotas de entrada de produtos contrabandeados, mas possíveis depósitos de mercadorias. 'Nosso Estado está próximo de centros de compras em países como Argentina e Uruguai. Também está a 100 quilômetros de fronteira úmida com o Paraguai, um dos principais caminhos para a atuação dos contrabandistas', acrescenta o superintendente. Ele ressalta que o Estado tem 1,8 mil quilômetros de fronteiras e que, com uma melhor identificação de rotas e entrepostos utilizados pelos criminosos, o planejamento para a fiscalização e controle aduaneiro será facilitado. O helicóptero usado na Operação Azulão opera o equipamento Flir, que permite uma identificação passiva de alvos tanto no período diurno, quanto noturno.
'A ação contará também com equipe de terra, formada por cerca de dez auditores fiscais, que acompanham o deslocamento do nosso pessoal na aeronave, registrando os dados obtidos', informa Dão Pereira dos Santos. Para ele, essa operação chega em boa hora, uma vez que é visível um aumento no volume de contrabando usando as fronteiras gaúchas.
Entre janeiro e março deste ano, a Receita Federal apreendeu R$ 25,2 milhões em mercadorias com entrada ilegal no país, frente aos R$ 45,9 milhões registrados em todo o ano de 2008. Para o chefe da Divisão de Operações Aéreas, José Ricardo Gomes, ações como essa estão sendo realizadas em todo o território brasileiro, mas pela primeira vez ocorre no RS. Atualmente, 110 auditores fiscais atuam no RS, em 14 postos diferentes de fiscalização aduaneira.