Procurador pede ao Piratini que não reconheça dívida

Da Camino solicitou inspeção para analisar cobrança de R$ 16 milhões

Depois de o Ministério Público orientar o Piratini a não pagar R$ 16 milhões cobrados pela empresa Atento Service, o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, protocolou ontem um representação para que o Estado se abstenha de confessar ou reconhecer a dívida.

A cobrança refere-se a diárias de veículos recolhidos, deixados em depósitos da Atento por solicitação do Detran.

Da Camino anunciou a decisão depois de conversar ontem por mais de três horas com a ex-presidente da autarquia Estella Maris Simon. Na representação, o procurador-geral pede ainda que o Detran “não empenhe, liquide ou pague qualquer valor até que seja verificada a regularidade dos dispêndios reclamados”.

Ele solicitou também que seja promovida uma inspeção extraordinária com foco nos valores supostamente devidos, sua base contratual, a adequação e confiabilidade dos registros e do sistema de controle de entrada, saída e permanência dos veículos depositados. Da Camino pediu ainda levantamento sobre a composição do preço praticado no período em que os serviços foram prestados.

A operação de transferência dos automóveis do depósito da Atento para o estacionamento da Secretaria da Segurança Pública (SSP) completou ontem uma semana.

O novo presidente do Detran, Sérgio Buchmann, ainda não definiu um novo local para depositar os automóveis de forma permanente. O espaço da SSP vai servir provisoriamente para acolher os automóveis guinchados. A governadora Yeda Crusius disse ontem que a solução para o impasse é o pagamento da dívida com a Atento, que prestou serviços ao Detran até o mês passado.

– Nós queremos acertar qual o valor, através de auditoria, que o Estado realmente deve – disse Yeda