Piratini acelera investimentos
17/02/2009
A intenção é reduzir os reflexos da crise na economia gaúcha
Em duas horas de reunião ordinária do conselho político do Piratini ontem, a governadora Yeda Crusius reforçou a recomendação de que seja acelerado o cronograma de investimentos de R$ 2,3 bilhões a fim de atenuar os efeitos da crise econômica mundial no Estado. Desse total, previsto no orçamento de 2009, R$ 1,2 bilhão são de recursos do Tesouro, e R$ 1,1 bilhão, de recursos de estatais.
Esta semana, a governadora se reunirá com os secretários para conferir licitações e projetos que podem ser agilizados. A ordem é sair da “rotina” e executar os valores previstos em “regime de urgência”. Ontem, ela conversou com os secretários da Segurança, general Edson Goularte, e da Agricultura, João Carlos Machado.
No núcleo do governo estadual, a avaliação é de que a crise deve se tornar ainda mais grave nos próximos meses. Outra estratégia será mostrar que as dificuldades econômicas não são gaúchas, por meio de um discurso mais crítico em relação ao governo federal, e cobrar medidas para aliviar setores prejudicados no Estado, como o fumageiro. Além disso, negociações pontuais com segmentos para impedir perdas também estão sendo estimuladas.
Do ponto de vista da política fiscal, o Piratini considera que as medidas de desoneração já adotadas pelo governo federal, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), repercutem sobre a receita dos Estados e já constituem uma parcela importante de contribuição.
Apesar de a crise econômica dominar a discussão no conselho político, que se iniciou às 18h30min, foi feita também a avaliação política do duelo com sindicatos do funcionalismo. A intenção do governo é mostrar que a atitude dos sindicalistas foi “reacionária” e usar a situação para obter na Assembleia votos capazes de manter o veto de Yeda ao abono de faltas de grevistas. O assunto será apreciado na primeira semana de março pelos parlamentares.
Governo tenta usar duelo com sindicatos para coesionar base
No encontro, aliados também disseram a Yeda que o PT apresentou na Assembleia Legislativa material na mesma linha do que foi divulgado pelos sindicalistas.
Como a oposição emite sinais de que será dura com a governadora em razão da sucessão estadual em 2010, a manutenção do veto de Yeda seria uma forma de coesionar a base aliada no parlamento.
(Fonte: Zero Hora)
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