Englert: juros compensam o dólar

A operação de 1,1 bilhão de dólares com o Banco Mundial ganhou destaque no balanço das finanças públicas feito ontem pelo secretário da Fazenda, Ricardo Englert, em reunião-almoço do Conselho Regional de Economia (Corecon/RS). 'Administração da dívida não é coisa para curioso, é para gente altamente especializada', disse ele, no que pareceu uma referência às críticas do vice-governador Paulo Feijó à operação. Segundo Englert, o efeito financeiro do empréstimo continua positivo apesar da crise global. 'Tanto é assim, que a economia no primeiro ano, prevista em R$ 150 milhões, está agora em R$ 170 milhões', afirmou. A explicação está na redução da taxa de juros flutuantes, que caiu de 3,3% (projeções à época do contrato previam média de 3,5% e 4,5% em 30 anos), o que compensou a alta do dólar, de R$ 1,36 à época. O secretário chegou a sugerir que o Estado poderia sacar agora a segunda parcela (450 milhões de dólares) e ainda assim seria vantajoso.


OTIMISMO

Englert aposta na manutenção do déficit zero e do orçamento, que prevê aumento nominal de 6,5% na receita do ICMS. Previsão conservadora, ressaltou, que pode ser alcançada com crescimento de apenas 1,5% no PIB/RS. A arrecadação de janeiro, de R$ 1,254 bilhão, cresceu 0,11% pelo IPCA e caiu 1,8% pelo IGP-DI.