Yeda anuncia superávit primário de R$ 2,1 bilhões
23/01/2009
Sob a sombra das árvores que emolduram o Centro de Treinamento da Procergs, às margens do Guaíba, na zona Sul da Capital, a governadora Yeda Crusius anunciou nesta quinta-feira um superávit primário de R$ 2,1 bilhões, em 2008. A quantia representa a diferença entre receitas e despesas do Estado, exceto as financeiras como o pagamento da dívida. O resultado orçamentário, que é a receita menos a despesa total, também fechou acima do esperado: restaram cerca de R$ 443 milhões em caixa. Segundo a governadora, é a primeira vez na história do Rio Grande do Sul que o saldo positivo é alcançado. "Conseguimos isso gastando mais em saúde, educação e segurança pública. Foram R$ 780 milhões a mais em áreas sociais. Isso desmancha a tese de uma oposição que não quer ver a realidade nem os números. Atingimos o ajuste fiscal aumentando os gastos sociais", garantiu. Em dezembro, o então secretário da Fazenda, Aod Cunha, já havia projetado um superávit orçamentário de aproximadamente R$ 300 milhões. O primário também superou a expectativa e quase dobrou em comparação com o de 2007, que foi de R$ 954 milhões. Os dados serão detalhados em uma coletiva com o secretário da Fazenda, Ricado Englert, na segunda-feira. Em abril, a governadora apresenta os números oficiais em mensagem de prestação de contas à Assembleia Legislativa, mas ela assegura que não haverá mudanças relevantes. Yeda informou ainda que R$ 100 milhões foram devolvidos ao Caixa Único. "Para alguns, parece milagre, mas foi disciplina. E, em janeiro, a arrecadação foi a mesma do ano passado, não houve redução, isso é um bom sintoma em tempos de crise econômica", comemorou, durante entrevista coletiva após o encontro com a equipe de governo, batizado de Agenda Estratégica do Governo para 2009. O bom desempenho das finanças públicas foi o principal enfoque da reunião realizada na quinta. Depois do pronunciamento de abertura da governadora, a atividade seguiu com a fala de quatro integrantes do primeiro escalão. Os secretários do Planejamento, Mateus Bandeira, da Fazenda, Ricardo Englert, Geral de Governo, Erik Camarano, e a procuradora-geral do Estado, Eliane Graeff Martins, apresentaram os resultados e as metas para as áreas de gestão, finanças públicas, programas Estruturantes, comunicação e suporte jurídico às ações de governo. "Mostramos como chegamos ao ajuste fiscal, os investimentos que foram feitos e de que maneira estamos nos preparamos para enfrentar a crise. Neste ano, o desafio é gastar, não em despesa corrente, mas em investimentos, em social e em equipamentos físicos", resumiu Yeda. Além do balanço das ações do Executivo e das prioridades para 2009, o objetivo do encontro era unificar o discurso do governo e traçar estratégias para melhorar a interlocução com a sociedade.
Reestruturação estará concluída até fevereiro A governadora Yeda Crusius chegou com mais de uma hora de atraso na reunião para tratar da Agenda Estratégica do Governo para 2009, marcada para as 8h30min, no Centro de Treinamento da Procergs. Antes dela, chegaram secretários de Estado, diretores de estatais e demais membros dos segundo e terceiro escalões do Executivo. Ao todo, quase 200 pessoas participaram do encontro, chamado pela governadora de "imersão". Logo na entrada, Yeda confirmou que a reformulação do primeiro escalão do governo está concluída com a nomeação do deputado estadual Berfran Rosado (PPS) para o Meio Ambiente e do vereador Elói Guimarães (PTB) para a Administração e Recursos Humanos. "O objetivo era tornar o governo mais político. Fazer com que todos permanecessem, e agora com foco voltado para a realização de investimentos", admitiu. Até fevereiro, quando irá sair de férias, ela pretende finalizar a reestruturação dos cargos que ainda permanecem vagos ou ocupados por interinos, no segundo e no terceiro escalões. "Esses espaços estão em aberto, com várias pessoas saindo das diretorias de estatais e fundações para outras oportunidades de emprego". A intenção de Yeda é convidar ex-prefeitos para assumir esses postos. Conforme a governadora, algumas pessoas sondadas para integrar o Executivo já estavam na reunião de ontem. "Elas têm que saber o que é o governo. Quem entrar já estará firmando um compromisso", ressaltou. Yeda também falou que quer agregar ao governo o DEM, partido do vice-governador, Paulo Afonso Feijó, com quem teve várias divergências, antes mesmo do início do mandato em 2007. "É um partido com raiz, qualidade, programa. A relação com algumas pessoas que participam do DEM foi muito conturbada, mas essa foi uma fase que passou". Yeda disse que agora preferiu ficar de fora da negociação e atribuiu a tarefa ao chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel. "Espero que a negociação me traga uma proposta. É claro que ela parte do governo, do secretário Wenzel. Meu objetivo é que o DEM participe", completou.
Investimentos e reformulação das carreiras são prioridades Após o encontro com a equipe de governo, a governadora Yeda Crusius afirmou que está mantida a projeção de investimento da administração direta de R$ 1,250 bilhão. De acordo com Yeda, entre as prioridades estão os projetos visando à Copa de 2014. "Vamos colocar energia na revitalização do Cais Mauá e também precisamos melhorar a entrada e a saída de Porto Alegre para aproveitar o potencial turístico do Estado durante a Copa". Outro tema que deve dominar a pauta do Executivo estadual é a reestruturação das carreiras públicas
(Fonte: Jornal do Comércio)
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