Consulta pública
23/01/2009
As primeiras reações do Cpers Sindicato não desestimularam o governo estadual de fazer de 2009 o ano da revisão das carreiras dos servidores públicos. A intenção não é alterar apenas a carreira do magistério, mas de todas as categorias de servidores, de forma a estabelecer algum tipo de remuneração associada ao desempenho.
– As perguntas que queremos fazer é quais são as vantagens para o servidor e como podemos melhorar a qualidade do serviço público – disse a governadora Yeda Crusius ontem, depois da reunião sobre a agenda estratégica de 2009.
Yeda não desistiu da consulta pública anunciada no final do ano para discutir com a sociedade as mudanças nos planos de carreira. Não se trata de um plebiscito para saber se a população é contra ou a favor, mas de uma combinação de técnicas para auscultar o pensamento médio dos gaúchos.
Essa consulta será estruturada por um personagem pelo qual a governadora nutre verdadeira paixão intelectual: o professor James Fishkin, da Universidade de Stanford, considerado uma espécie de papa das pesquisas de opinião. Em síntese, o professor Fishkin sustenta que as pessoas tendem a mudar de opinião quando recebem informações precisas sobre temas em relação aos quais tinham ideias preconcebidas.
A intenção do governo é misturar consultas pela internet, audiências públicas presenciais e pesquisas para formatar projetos que cheguem à Assembleia ancorados em apoio popular capaz de fazer os deputados não se impressionarem com a pressão das galerias.
Entre os secretários de Yeda viceja a crença de que a maioria silenciosa não pensa como as minorias que organizam protestos e pressionam os deputados nas galerias. Vale o mesmo em relação ao Cpers: o governo quer uma linha direta com os professores, porque já se convenceu de que o sindicato jamais aceitará qualquer mudança.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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