Céu nublado para aviões
16/01/2009
A menos que descubra um atalho para alterar o orçamento sem
consultar a Assembleia, dificilmente a governadora Yeda Crusius
conseguirá comprar neste ano o pretendido jato intercontinental.
O
secretário da Fazenda, Ricardo Englert, diz que, em princípio, é
possível destinar para a compra do avião parte do R$ 1,250 bilhão
previsto para investimentos em 2009. Na prática, será preciso obter dos
deputados uma autorização para remanejar recursos destinados a outros
investimentos – e o clima entre os deputados não ajuda as pretensões da
governadora. A repercussão do anúncio da compra do avião não poderia
ter sido pior.
Como era de se prever, no Painel RBS sobre
educação, a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, martelou na tecla
de que o governo tem dinheiro para comprar avião, mas não tem para
melhorar a situação das escolas e aumentar os salários dos professores.
Constrangidos, os aliados da governadora foram econômicos nas palavras.
Poucos se atreveram a defender a compra.
O desejo de Yeda de
comprar um avião mais confortável e mais rápido do que o King Air é
antigo. No ano passado, ela chegou a escalar o secretário de
Infraestrutura, Daniel Andrade, para pesquisar preços e modelos
adequados às necessidades do Estado. No início do segundo semestre, a
governadora apresentou a um seleto grupo de secretários a ideia de
comprar a aeronave. Foi desaconselhada com o argumento de que, em meio
ao esforço para conseguir o ajuste fiscal, a proposta era indefensável.
Quem
imaginava que a ideia tinha sido sepultada lá em agosto foi
surpreendido na quarta-feira com o anúncio de que um grupo de trabalho
estava sendo criado para tratar da compra de um avião com capacidade
para 20 pessoas e autonomia para viajar à Europa e aos Estados Unidos.
(Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora)
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