O avanço da responsabilidade
12/01/2009
 Um
estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou,
com dados do período 1995-2006, que a maioria dos Estados brasileiros
adaptou-se à Lei de Responsabilidade Fiscal, adotando políticas de
redução de gastos, especialmente na área de pessoal. O Rio Grande do
Sul, cuja situação fiscal era especialmente delicada nesse período,
teve que fazer esforço maior e isso transparece num dado surpreendente:
é o único Estado brasileiro que reduziu as despesas com pessoal em
relação à receita. Tal redução, de 2,5%, foi conseguida às custas de
uma política salarial que ficou sempre aquém da inflação e do
não-preenchimento das vagas dos servidores da ativa. Enquanto estes
tiveram entre 1991 e 2006 o crescimento de 4,1%, o número de inativos
ampliou-se em 68%.
A mais importante lição desses números é a de
que foi entendida a necessidade dos governos adaptarem as despesas às
receitas. É o critério básico das administrações responsáveis. Tal
entendimento foi especialmente eficaz no Poder Executivo da maioria dos
Estados. O estudo do Ipea constatou que, dependendo do Estado, há
problemas com assembleias, Tribunais de Contas, Judiciário e Ministério
Público. Em alguns casos, os tetos viram meta. Em outros, brechas nas
leis permitem que os gastos com pessoal sejam substituídos por despesas
em terceirizações ou na ampliação dos encargos de custeio. Estas
possibilidades e seus malefícios estão entre os alertas do estudo do
Ipea.
A
boa notícia, no entanto, é que o poder público já incorpora, com
resultados efetivos para a sociedade, a preocupação em manter os gastos
nos limites da lei. A responsabilidade fiscal passa a integrar, sem
traumas, o catálogo das obrigações dos gestores públicos.
(Fonte: Editorial - Zero Hora)
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