A governadora Yeda Crusius deixou claro ontem,
durante o anúncio da saída de Aod Cunha da Secretaria da Fazenda, que
novas mudanças deverão ocorrer no primeiro escalão do governo. 'Eu
disse, lá no ano passado: preparem-se para momentos alucinantes.
Janeiro vai dar muito trabalho para vocês. Não é de tédio que esse
governo sofre', disse a governadora aos jornalistas. 'Não se
surpreendam. O que for preciso fazer para continuar cada vez mais
acelerada nos objetivos do governo, nós faremos.'
Sentada ao lado de Aod e do deputado Pedro Westphalen (PP), líder do
governo na Assembleia Legislativa, e diante de todo o Secretariado, no
Salão Negrinho do Pastoreio, Yeda decretou que o governo entra, agora,
em uma segunda fase. 'Nós vamos oxigenar o governo. Eu já havia dito
que haveria um conjunto de mudanças naturais depois do pleito
municipal. Mas não há nomes nem nada conversado com prefeitos e
ex-prefeitos', afirmou. As mudanças devem ser anunciadas até o dia 22
de janeiro, quando Yeda reúne a equipe de governo em uma reunião de
'imersão' – assim chamada por ela – para discutir os planos para 2009.
Perguntada sobre a possibilidade de que o ex-prefeito de Canoas Marcos
Ronchetti (PSDB) venha a ser aproveitado nas mudanças do Secretariado,
Yeda não negou, mas disse que está analisando todo o cenário. Ela
admitiu, entretanto, que a secretária Marisa Abreu, da Educação, está
'inquieta', apesar de fugir de uma resposta direta sobre a
possibilidade cada vez maior de que a secretária deixe a Pasta. 'É uma
função que exige muita energia. De vez em quando, dá uma certa
inquietude em alguns secretários. Temos que exercitar a paciência para
seguir nos trilhos. Essa inquietude é normal no jogo político, não
posso negar', afirmou.
As secretárias Marisa Abreu e Maria Leonor Carpes, da Administração,
citadas nos bastidores como demissionárias, mantiveram uma agenda
discreta ontem. Segundo suas assessorias, as secretárias 'trabalharam
normalmente'. |