08/01/2009

Com uma frase, a governadora Yeda Crusius alimentou as especulações de que a reforma no secretariado será mais profunda do que a substituição de Aod Cunha na Secretaria da Fazenda e a indicação de José Carlos Breda para a pasta de Obras.

– Não se surpreendam. No que for preciso ser feito para seguir no rumo, vamos fazer – declarou a governadora ontem.

A principal alteração no primeiro escalão do governo deve envolver José Alberto Wenzel e Carlos Otaviano Brenner de Moraes. Funcionário de carreira no Meio Ambiente, Wenzel deve deixar a Casa Civil para assumir a pasta hoje ocupada interinamente por Francisco Simões Pires. Titular da Transparência e oriundo do Ministério Público Estadual, Brenner é cotado para chefiar a Casa Civil. Segundo um interlocutor do governo, essa é dada como uma “morte anunciada”. O principal motivo da substituição na Casa Civil seria o perfil “articulador” de Brenner.

– Nunca vi Wenzel na Assembleia. Ele não vai (à assembleia) articular com deputados. Otaviano está sempre circulando. O fato de não ter partido político talvez facilite neste momento. Tem livre trânsito com todos os parlamentares e boa relação com Yeda – disse um integrante da base aliada.

Em entrevista concedida ontem a Zero Hora, Brenner negou que essas mudanças estejam nos planos da governadora:

– Não tem nada de mudanças. Isso é injusto com quem se encontra no cargo.

A pasta da Educação é outra que pode sofrer mudanças. Em conversa com a governadora, a secretária Mariza Abreu impôs como condição para permanecer no cargo poder liderar a reestruturação do Plano de Carreira do magistério (leia reportagem nesta página). Segundo interlocutores do Piratini, ela poderá deixar o governo na segunda-feira.

Breda foi confimrado para Obras no lugar de Coffy

O destino de Marco Alba, secretário da Habitação, depende do desenrolar das investigações da Operação Solidária, do Ministério Público Federal.

Por enquanto, a única mudança confirmada pelo Piratini é a nomeação de José Carlos Breda para a Secretaria de Obras, cargo desocupado desde a semana passada com a saída de Coffy Rodrigues, que retornou à Assembleia. Breda foi diretor-geral e secretário-adjunto de Meio Ambiente, de janeiro a maio de 2007, e chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius de junho de 2007 a junho de 2008, quando deixou o cargo para concorrer à prefeitura de Campo Bom. Derrotado nas urnas, assumiu em novembro a coordenação-executiva dos Programas Estruturantes, cargo que irá desempenhar em conjunto com a pasta de Obras.