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Secretário deu vida a tese de doutorado

08/01/2009


Economistas acompanham a saída de Aod Cunha do governo com um tantinho de ciúme bom. Aod sai em alta e poderá desfrutar por muito tempo de uma façanha rara entre estudiosos da economia. O secretário da Fazenda pôs à prova no governo uma tese que defendeu em 2003 na UFRGS.

Naquele ano, Aod titulou-se como doutor em economia ao investigar como a falta de coesão num governo submetido a pressões é decisiva para destroçar tentativas de ajuste fiscal. Cinco anos depois, como secretário, exibiu o encontro de receitas e despesas que levou ao déficit zero. Aod conseguiu o feito em meio a entreveros de um governo tumultuado e em apenas dois anos. Obcecado pela compreensão do desequilíbrio financeiro no setor público, que estudou durante os quatro anos do doutorado na UFRGS, leva um galardão. A sua economia de finanças públicas de estudante da UFRGS e depois de professor da PUC também funciona na vida real.

– O trabalho de Aod foi o de limpar uma série de esqueletos do governo. O déficit era um deles.

Saiu a principal estrela, o primeiro-ministro – diz o professor da UFRGS Marcelo Portugal, orientador da tese de doutorado de Aod.

Portugal lembra que Aod foi um dos primeiros a aderir à candidatura de Yeda, quando assumiu a coordenação do programa de governo. A tucana, que não aparecia bem nas pesquisas, sempre se referia ao economista como seu secretário da Fazenda. O esforço pelo déficit zero, o grande objetivo de Yeda, sofreu o primeiro abalo quando da derrota do pacote de aumento de impostos na Assembleia, antes mesmo da posse, no final de 2006. Um ano depois, na reapresentação do tarifaço, a segunda derrota. Aod entendia que a base tributária gaúcha era baixa e permitiria aumento de impostos. Sem o pacote, o ajuste de contas parecia improvável. Mesmo abatido, Aod o perseguiu e se transformou no mais poderoso e aparentemente intocável secretário de Yeda.

Ex-mestres dizem que colega se fortaleceu politicamente

O economista Octavio Augusto Conceição, diretor técnico da Fundação de Economia e Estatística (FEE), e Portugal concordam que, ao consolidar sua reputação técnica no governo, o economista foi fortalecido também politicamente.

– Ele deixa a marca de um governo responsável – diz Conceição, orientador da monografia de Aod quando da sua graduação em Economia na UFRGS, em 1989.

Outro ponto de convergência dos economistas: Aod só conseguiu levar adiante o esforço pelo ajuste fiscal porque esse era o desejo de Yeda. Portugal ficou sabendo que muitas vezes a governadora era ainda mais rigorosa no arrocho para redução de gastos do que o próprio secretário.

– O ajuste só funciona com apoio político. Ele teve sorte com o crescimento de arrecadação. Mas outros secretários também tiveram aumento e não fizeram o ajuste – diz Portugal.

Para Conceição, ao chegar ao déficit zero, depois de quatro décadas de desequilíbrio nas contas do Estado, Aod contribui para que essa deixe de ser uma falsa questão ideológica. Até os anos 80, difundia-se que a preocupação com rombos nas contas públicas seria típica de economistas liberais ou monetaristas. Para os mais progressistas ou alinhados genericamente entre os chamados keynesianos, essa não seria uma questão relevante.

– Sem déficit, é possível investir mais em segurança, escola, saúde. Assim é o Estado moderno. Não se trata de defender o Estado mínimo e não interventor, mas eficiente – afirma Conceição.

Em novembro, Aod disse a Portugal que pretendia deixar o governo e se submeter a outros desafios, sem detalhar seus planos. Conceição acredita que o colega voltará a estudar. Um ex-professor de Aod na UFRGS suspeita que as relações do economista com a governadora podem ter chegado à exaustão. O secretário estaria saindo sob uma conjugação de fatores que incluiria essa constatação: sua tarefa no governo teria chegado ao limite. Ao fazer o ajuste fiscal, Aod foi até onde poderia ter ido. Há muita montanha pela frente, como o ajuste estrutural do Estado, reclamado por boa parte dos líderes empresariais. Para Aod, o déficit zero foi o Everest.


(Fonte: Zero Hora)

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