Balança comercial gaúcha desaba com a crise
18/12/2008
Após três meses de retração do crédito aos exportadores e do agravamento da crise internacional, a balança comercial do RS teve forte queda em novembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Os embarques caíram 4% e atingiram 1,12 bilhão de dólares. As importações desabaram 19% e fecharam em 907 milhões de dólares. 'Para os próximos meses, espera-se que a tendência de desaceleração das vendas externas seja mantida. O atual momento nas principais economias mundiais resultará numa menor demanda pelos produtos gaúchos', diz o presidente da Federação das Indústrias do RS (Fiergs), Paulo Tigre, ao divulgar os resultados ontem. Na indústria, que respondeu por 94% das exportações gaúchas, a desaceleração foi altamente disseminada. Dos 18 segmentos, só cinco obtiveram resultados positivos. Foram atingidos até aqueles que apresentavam boa performance, como máquinas e equipamentos, com queda de 7%, em relação a novembro de 2007. O setor de alimentos e bebidas, com maior volume de exportações no ano, elevou em apenas 0,8% os embarques de novembro. As quedas mais acentuadas foram de óleo de soja (-31%), carne suína (-8%) e de frango (-7%) in natura. Nas importações, os maiores recuos ficaram com as categorias de bens de consumo duráveis (-21%) e de combustíveis e lubrificantes (-48%). O Estado perdeu em novembro a terceira posição no ranking nacional para o Rio de Janeiro, que teve majoração de 63% nos embarques de óleos brutos de petróleo. Os principais destinos dos produtos gaúchos em novembro foram a China (11,3%), Argentina (10%) e EUA (9,5%). No acumulado do ano, ante igual período de 2007, o RS registrou crescimento de 25% nas exportações e 50% nas importações – reflexo do aquecimento dos mercados externo e interno nos primeiros meses de 2008. Os embarques somaram 17,24 bilhões de dólares e as compras, 13,78 bilhões de dólares. Houve elevação de 99% nas vendas no setor de máquinas e equipamentos e de 43% no de material de transporte. A perspectiva é fechar 2008 com saldo comercial de 3,7 bilhões de dólares. Para 2009, a Fiergs prevê 16,3 bilhões de dólares para as exportações e 13,2 bilhões de dólares para as importações.
(Fonte: Correio do Povo)
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