Denise Nunes
26/02/2004
GOVERNO CHEGA A UMA ENCRUZILHADA
A situação financeira do Estado chegou a um ponto enervante. Que o quadro era grave todos sabiam. A questão é que o governo estadual concretizou uma ameaça que pairou durante todo o governo Olívio Dutra e, posteriormente, o de Germano Rigotto: a falta de dinheiro para pagar a folha do funcionalismo. O que começou com uma alternativa polêmica de pagar o 13O com empréstimos pessoais e desandou agora no parcelamento do salário de fevereiro não tem perspectiva de fim, já que março promete ser pior. A concentração de esforços do governo estadual na negociação de débitos da União não ajuda a acalmar os ânimos. Primeiro, porque a quitação dos débitos põe dinheiro em caixa, mas não resolve o problema estrutural. Segundo, porque não há vislumbre de intenção do governo federal em mexer no que realmente mudaria o quadro, que é a renegociação da dívida mobiliária. Terceiro, porque revela a falta de alternativas diante de um eventual fracasso nos esforços empreendidos. Se estamos no fundo do poço e a única saída não é segura, o que fazer?
Fonte: Correio do Povo
Data: 26/02/2004
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