JC: Informalidade reduz investimentos
16/06/2004
Informalidade reduz investimentos
Por Cristine Pires
O tom do discurso de abertura do Almoço do Varejo serve de alerta. O empresariado brasileiro está deixando de investir em novos negócios desmotivado pelo avanço da economia informal. “Os espaços para ações empreendedoras estão sendo fechados”, alerta José Galló, diretor presidente das Lojas Renner e vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre, entidade promotora do encontro. “Somente no ano passado, houve queda de 39% no investimento direto no Brasil”, reforça o tributarista Ives Gandra, em palestra aos lojistas da Capital.
O índice da informalidade no Brasil chega a 40%, duas vezes maior do que a média nacional. De acordo com o especialista, na prática trata-se da economia de sonegação, estimulada pela elevada carga tributária praticada no País. Junto com os impostos, Gandra aponta como entraves para o crescimento econômico as excessivas taxas de juros e a burocracia. “Por mais que empresários e trabalhadores se esforcem, é impossível vencer as amarras de uma taxa de 9% de juros reais no Brasil, porcentual que chega a 1% nos Estados Unidos”, argumenta o especialista.
Um dos reflexos, acredita ele, é a perda de mais uma ou duas posições no ranking das principais economias do mundo. O Brasil deverá perder pelo menos uma colocação para a Rússia, ficando em 16º lugar em 2004. A saída, acredita, é apostar na redução de tributos como forma de estimular o crescimento.
Outra proposta defendida pelo tributarista é o fim da regionalização do ICMS. “Enquanto isso não acontecer, o País não vai progredir. A guerra fiscal funciona como um fator de desagregação”, argumenta ele.
Fonte: Jornal do Comércio
Data: 16/06/2004
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