JC: Reajuste de servidores fica para novembro
10/08/2004
Por Fernanda Crancio
Na manhã de hoje, quando derem por encerrada mais uma reunião da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, os sete deputados que compõem o colegiado deverão confirmar o adiamento temporário dos debates em torno da reposição salarial dos mais de dois mil servidores da Casa. A retomada do assunto, que vem sendo abordado pelo presidente do Legislativo, Vieira da Cunha, com os chefes dos demais poderes, em diferentes reuniões, será postergada para depois das eleições municipais, atendendo a um pedido do governador Germano Rigotto, que sugeriu que a questão do reajuste salarial de todo o funcionalismo gaúcho seja analisada em conjunto entre os poderes.
No encontro da semana passada com Vieira, o governador Germano Rigotto disse que, em função do período eleitoral, que se encerra em novembro, o melhor momento para acertar o impasse da reposição salarial seria após o pleito deste ano. Dessa forma, o adiamento dos debates abriria caminho para que o reajuste dos servidores do Legislativo fosse tratado simultaneamente às discussões do reajuste dos funcionários do quadro do Estado.
O líder do partido na Assembléia, Ivar Pavan, foi enfático ao manifestar a posição da sigla, dizendo que o governo estadual “demorou muito para debater o reajuste do funcionalismo”. Segundo ele, a bancada petista só votará a reposição dos servidores da Assembléia, caso esse repasse seja estendido ao magistério e aos servidores da Brigada Militar. “O governo demorou demais para discutir o assunto. Ao invés de priorizar a grande maioria dos servidores, o governador Rigotto preferiu reajustar os grandes salários do Estado. Enquanto o governo não discutir um aumento para o quadro geral, não iremos votar reajuste algum para os funcionários da Casa”, ressaltou.
Ontem, por telefone, Vieira disse que a intenção do Parlamento é encaminhar a questão de maneira harmônica, sem interferir no bom relacionamento entre os poderes. “A tendência, de fato, é aguardar o período eleitoral passar para encaminharmos a proposta salarial. No entanto, a deliberação final sobre o assunto será dada amanhã (hoje)”, afirmou o presidente da Assembléia.
Decisão tem apoio da Mesa Diretora
A opinião do progressista também foi compartilhada pelos deputados Márcio Biolchi (PMDB) e Sanchotene Felice (PSDB), segundo e terceiro secretários da Mesa, que questionam a falta de clima para se debater o assunto.
Para ambos, a concessão do repasse, antes das eleições, criaria um mal-estar entre as demais categorias do funcionalismo. Já o quarto secretário da Mesa, Cezar Busato (PPS), destaca que “a palavra de ordem é solidariedade entre os poderes”. “A reposição salarial da inflação é um direito constitucional, é difícil evitarmos isso. Mas, nesse momento, temos de ter solidariedade com a crise do Estado”, reforçou.
O deputado Manoel Maria (PTB), segundo vice-presidente, diz ser favorável ao reajuste, mas revelou que seguirá a decisão dos demais colegas do colegiado. “Voto a favor do reajuste, mas atendo o apelo do governador para protelar a questão por mais dois meses”.
Fonte: /Jornal do Comércio
Data: 10/08/2004
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