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ZH: Paulo Santana - Viagens dispensáveis

11/11/2004
Um investigador de polícia foi ontem à tarde à agência do Banrisul, em Canoas, para verificar o seu saldo no banco.
O saldo era de R$ 1,5 mil negativos. Conhece o leitor o desespero agônico dos que têm saldo negativo nos cheques especiais?
Se os banqueiros soubessem da gigantesca depressão de que são tomadas as pessoas que devem para os bancos, era capaz que desistissem deste tipo de negócio que tritura as existências.

* * *
Logo que soube do seu saldo negativo, ainda dentro da agência, o investigador de polícia viu que uma mulher estava colocando uma quantia em dinheiro que recém tinha sido sacada em um envelope.
O investigador arrancou da mulher o envelope e saiu correndo em direção à rua, num gesto do mais absoluto amadorismo criminal.
Foi preso pouco adiante no centro de Canoas com os R$ 650 da vítima e autuado em flagrante.
Desgraçou completamente sua vida.
* * *
Escrevi sexta-feira passada aqui que há servidores policiais (e estaduais) que, diante de 10 longos anos sem reajuste em seus vencimentos, o que os miserabiliza por completo, partem para o achaque, a extorsão e até o assalto.
Nada pode justificar que qualquer pessoa cometa crimes, ainda mais servidores públicos. Nem o violento arrocho salarial.
Mas este caso do furto do policial na agência do Banrisul revela as tintas escuras com que está sendo pintado o quadro de aflições dos funcionários estaduais.
* * *
Faltam remédios de uso contínuo na farmácia do Estado que fornece medicamentos para as pessoas necessitadas.
O governo estadual se declara assustado com o aumento das despesas com medicamentos que lhe cabe fornecer pelo convênio do SUS.
E sucedem-se com dramática necessidade as reclamações da falta de remédios de uso constante, ameaçando a saúde e a vida das pessoas.
* * *
Então não é de estranhar que ontem o colunista tenha recebido diversos telefonemas irados de pessoas que não estão encontrando remédios na farmácia estadual e de funcionários estaduais do Poder Executivo, à míngua de reajustes de seus vencimentos há 10 anos, protestando que, ao mesmo tempo, mais de uma dezena de deputados gaúchos estão realizando viagens ao Exterior, com diárias de R$ 1.460 e passagens que custam até quase R$ 4 mil.
Se a situação financeira do Estado é crucial, viagens de deputados à Europa e à Ásia, mesmo que com motivos de intercâmbio comercial ou político, deviam neste instante ser evitadas.
Se não fossem aflitivas as finanças estaduais, a opinião pública compreenderia tais custosas viagens.
Mas o cofre estadual é o mesmo. E o momento inspira e exige austeridade no gasto dos recursos.
Será que não ocorre ao Legislativo estadual que as pessoas sem remédio e os servidores sem reajuste têm o direito de protestar contra esse tipo de gasto totalmente dispensável?
É de todo lícito que as pessoas que sobrevivem na dependência das dotações e orçamentos salariais do Estado protestem contra tais gastos desnecessários e se sintam afrontadas por eles.
E algumas até concluam com certa razão, depois que viram o roteiro de uma das viagens dos deputados (Roma, Veneza, Florença e Milão) de que não há falta de recursos, o que há é desperdício de despesas e falta de vontade política para atender doentes sem remédios e servidores sem reajuste.
Fonte: Zero Hora Data: 11/11/04

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