CP: CPI tem apoio fora da Assembléia
24/02/2005
Entidades empresariais e sindicais se manifestaram ontem favoráveis à instalação da CPI da Sonegação, oferecendo apoio à Assembléia Legislativa para que chegue a resultados concretos. O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Carreira de Nível Superior do Grupo Tributação, Arrecadação e Fiscalização (Sintaf), Carlos Agostini, salientou que se a CPI debater de forma séria a sonegação, terá adesão. 'Queremos participar das discussões, podemos depor e contribuir com técnicos que conhecem bem o assunto', afirmou. O presidente do Sindicato dos Técnicos do Tesouro (Afocefe), Carlos De Martini Duarte, também pôs técnicos à disposição e defendeu que a CPI abranja a Secretaria da Fazenda. 'Muitas das causas da crise financeira estão na ineficácia da ação fiscal por interesses coorporativos e pela política de fiscalização de gabinete', argumentou.
Apesar da disposição em ajudar, dirigentes sindicais e empresariais temem que a CPI sirva de palco para confronto entre deputados e o setor produtivo.'O risco de atrito é grande, mas as duas partes devem ter maturidade', disse Agostini.
Segundo o presidente da Federasul, Paulo Afonso Feijó, as entidades querem o combate à sonegação e o fim do contrabando. Ressaltou que uma CPI seria salutar. 'Espero que a idéia não tenha relação com os painéis, pois nossa posição de garantir transperência aos atos dos deputados é de longo prazo. Continuaremos fazendo campanhas', destacou.
Deputados passaram a tarde de ontem envolvidos em discussões sobre a necessidade de instalar a CPI. Muitos entendem a medida como positiva para amenizar a crise financeira do Estado, mas também acreditam que o assunto precisa ser tratado com muita cautela. 'A investigação não pode se transformar em retaliação ao empresariado', disse o deputado João Osório, do PMDB. As bancadas irão se reunir na terça-feira para tomar posição.
Para Berfran Rosado, do PPS, favorável à investigação da CPI, o combate à sonegação é fundamental e a iniciativa poderia auxiliar. Como não houve negociação com o governo, observou que o instrumento poderá pôr em xeque o desempenho do Executivo na área de fiscalização.
O líder da bancada do PT, deputado Flávio Koutzii, não descartou a possibilidade de partido apoiar a CPI, mas afirmou que as discussões começaram mal, dando margem à interpretação de revanchismo. 'Outra leitura indica que há divisão na base aliada, pois CPI acabará avaliando que o Executivo está sendo ineficiente', disse. Para o líder do governo, deputado Luiz Fernando Záchia, o debate poderá ocorrer em instâncias que não desgastem o governo e a Assembléia.
Fonte: Correio do Povo
Data: 24/02/05
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