ZH: Estado tem 701 mil empresas informais
20/05/2005
No mapa das empresas informais, o Rio Grande do Sul figura entre os cinco Estados com o maior número de pequenos negócios sem registro. Existem 701.447 empresas gaúchas na informalidade, de um total de 10,3 milhões no país.
Esse número representa 98,2% do total de empresas urbanas com até cinco funcionários no Brasil, revela pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) divulgada ontem. Um total de 13,8 milhões de pessoas tiram seu sustento desse tipo de atividade no país, dos quais quase 1 milhão no Estado.
Os dados de outubro de 2003 indicam que a maioria trabalha por conta própria e é jogada à informalidade pelo desemprego. Camelôs, eletricistas, motoristas e costureiras estão entre os profissionais que são a própria empresa, não legalizam o negócio ou deixam de separar os ganhos das atividades profissionais das contas da família - segundo define a pesquisa para "informais". São Paulo, Minas Gerais, Rio, Bahia e Rio Grande do Sul concentram 57,6% desses negócios. Das pesquisadas, 80% têm apenas uma pessoa ocupada.
- Isso ajudou a diminuir a pressão sobre o mercado formal, já que são menos 13,8 milhões de pessoas nas filas à procura de emprego. Na informalidade não há proteção social, pois o número de trabalhadores por conta própria ou de pequenos empregadores que paga a Previdência é pequeno - diz a economista do IBGE Amanda Mergulhão.
Impostos elevados atrapalham
Impostos elevados e a burocracia que exige em média 152 dias para legalizar uma empresa, lembra o presidente do Sebrae-RS, Flávio Sabbadini, incentivam a informalidade.
- Há um crescimento vegetativo da informalidade e dos empregos precários associados - diz.
O presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), Emerson Kapaz, explica que um certo nível de informalidade nos serviços mais simples e artesanais é comum em todo o mundo, mas, no Brasil, o problema é maior. Para Kapaz, as pequenas empresas sem registro são o germe da informalidade, que, com o contrabando e a sonegação, fazem o país deixar de arrecadar R$ 160 bilhões/ano (um terço do total).
- A aceitação da informalidade leva à idéia de que só se consegue ganhar correndo por fora. Quem faz tudo certo passa a ser o vilão, porque tem mais custos e precisa vender mais caro - afirma.
Fonte: Zero Hora
Data: 20/05/05
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