Contabilistas querem manutenção de escritórios da Fazenda Estadual
10/02/2006
Portaria publicada no Diário Oficial do Estado no dia 23 do mês passado
está mobilizando a classe contábil do Vale do Paranhana. A medida
determina o fechamento dos escritórios da Fazenda Estadual nas cidades
de Igrejinha, Três Coroas e Parobé, cujos serviços passariam a ser
centralizados pela Delegacia Regional sediada em Taquara. Entretanto,
segundo entender dos contabilistas, a iniciativa traria grandes
prejuízos aos profissionais das cidades atingidas, que precisariam se
deslocar constantemente a Taquara para tratar de assuntos de interesse
de seus clientes.
No último dia 30, a questão foi tratada em audiência de representantes
da região com o diretor-adjunto do Departamento da Receita Pública
Estadual, Júlio César Grazziotin. Entre os participantes do encontro
estiveram os prefeitos de Igrejinha, Elir Girardi, e de Parobé, Gilda
Kirsch, além do secretário municipal da Indústria, Comércio e Turismo de
Três Coroas, Eduardo Kellermann.
Profissionalmente ligado à atividade contábil, o representante
três-coroense explicou ao Panorama que, apesar da crescente
informatização dos serviços fazendários, a medida pretendida pelo
governo estadual representara um pesado ônus aos contabilistas. Existem
muitos procedimentos que ainda não podem ser realizados pela internet,
argumentou Kellermann. Segundo ele, isso fará com que os contabilistas
precisem se deslocar constantemente a Taquara até mesmo para uma simples
retirada de senha que permita o acesso a determinados programas da
Receita Estadual.
O secretário três-coroense não vê grandes vantagens financeiras para o
governo estadual com a implementação da portaria. Aqui em Três Coroas,
por exemplo, ele só paga o funcionário que faz o atendimento e o
restante é a Prefeitura quem fornece, justificou, acrescentando que a
situação não é muito diferente nas demais cidades.
LONGO TEMPO DE ESPERA
O movimento dos profissionais já foi encampado pela Associação dos
Contabilistas do Vale do Paranhana (Acon), com sede em Taquara. Em
documento endereçado ao governador Germano Rigotto, a entidade arrola
uma série de serviços que exigem o deslocamento até a repartição
fazendária, não podendo ser resolvidos via internet. Além dos pedidos de
senha, enumera a obtenção de notas fiscais avulsas, alterações
cadastrais, autenticação de livros, parcelamento de dívidas, inscrição
com transferência de estabelecimento e baixa de empresas, entre vários
outros.
O ofício encaminhado ao governador também menciona as dificuldades da
Delegacia Regional de Taquara, para centralizar o atendimento. Explica
que a repartição já apresenta atualmente sérias deficiências de
atendimento, impondo um tempo de espera aproximado de 1h30min a duas
horas, além da não-liberação de documentos no ato. Se já está
complicado agora, imagina como ficará quando o pessoal de Parobé,
Igrejinha e Três Coroas também tiver que vir para cá, cogita a
presidenta da Acon, Regina Heidrich. Segundo ela, o fechamento dos
escritórios municipais, se for mesmo inevitável, deve ser postergado
para um momento seguinte, quando houver uma maior autonomia de serviços
pela internet.
Fonte: Jornal Panorama
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