Rosane de Oliveira: De mal a pior
05/06/2006
Dias atrás, quando o ex-governador Jair Soares disse que tinha pena do próximo governador, não estava apenas usando uma figura de linguagem: é visível o agravamento da situação das finanças públicas. E a tendência é de que piorem em 2007, quando as alíquotas de ICMS da energia elétrica, dos combustíveis e das telecomunicações voltarão ao que eram antes do último aumento.
Para pagar em dia os salários, segundo explicação oficial, o governo atrasou nos últimos meses os repasses ao Instituto de Previdência do Estado. Diante da gritaria dos prestadores de serviços, anunciou-se a retomada parcial dos repasses.
Agora, são as empreiteiras, que ameaçam paralisar as poucas obras em execução por atraso nos pagamentos. Os atrasos são históricos, mas a situação piorou nos últimos meses. A promessa do governo às empresas é de que a situação será regularizada até o final de julho mas, de novo, não se imagina de onde o governo tirará dinheiro.
A verdade é que, depois do uso dos depósitos judiciais de terceiros e de outras medidas paliativas, se esgotaram as mágicas para financiar o déficit. Nesse ritmo, não haverá dinheiro para o 13º salário dos servidores e o governo terá de recorrer outra vez ao empréstimo do Banrisul, uma operação tolerada nos anos anteriores, mas de legalidade duvidosa no último ano do mandato
Fonte: Zero Hora
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