Rosane Oliveira: Meia verdade
20/06/2006
Agora se entende por que o governo do Estado evitava falar sobre os resultados do trabalho do respeitado consultor Vicente Falconi, contratado em fevereiro do ano passado pelo Programa Gaúcho da Qualidade e da Produtividade (PGQP) para ajudar o Estado a sair da crise.
A julgar pelas declarações de Falconi, faltou entusiasmo e empenho do governador Germano Rigotto, dos seus secretários e de funcionários da Secretaria da Fazenda para implementar as medidas de saneamento propostas por sua equipe. É fato que Rigotto sempre se mostrou cético quanto ao trabalho de Falconi, o homem que fez a cabeça de Aécio Neves em Minas Gerais.
Não que o governador desconfiasse da competência de Falconi, mas achava difícil que ele fosse muito além do que já tinha sido feito para reduzir despesas. Para Rigotto, os problemas cruciais do Estado - o rombo na previdência e o comprometimento da receita com o pagamento da dívida - não tinham solução a curto ou médio prazos.
Também é verdade que há resistências por parte do quadro técnico da Fazenda a qualquer mudança de gerenciamento.
Por outro lado, Falconi tem um nome a preservar. Dificilmente admitiria que o Rio Grande do Sul é um caso à parte, para não dizer perdido. Preferiu culpar o Piratini. É um equívoco de Falconi afirmar que Minas, o cartão-postal do seu trabalho, estivesse em situação bem pior que a do Estado. A começar que Minas nunca enfrentou o mesmo crescimento vegetativo da folha.
Fonte: Zero Hora
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