Rosane de Oliveira: Acordo inédito
04/07/2006
Acordo inédito
A Assembléia Legislativa está próxima de selar um acordo nunca visto antes na política gaúcha. Parlamentares de todos os partidos estão aos poucos chegando a um consenso em torno de sete propostas que poderão representar um alívio financeiro para o Estado já a partir do ano que vem.
As medidas surgiram em meio aos debates do Pacto pelo Rio Grande e devem ser incorporadas à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2007. Nada garante que haverá apoio unânime entre os 55 parlamentares, mas só o fato de os principais partidos estarem trabalhando na busca de soluções já é um avanço.
As propostas apresentadas ontem pelo Pacto vão mexer com interesses diversos. Não são medidas simples de implantar e até por isso exigem o comprometimento de todos os deputados para se tornarem viáveis. Só se alcançará o equilíbrio fiscal se cada poder cortar na própria carne. Isso significa congelar os altos salários e o Orçamento do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público. Significa extinguir cargos comissionados em todos os poderes e acabar com a anistia fiscal e os incentivos concedidos a empresas. Significa aumentar impostos.
- O segredo é a união. Se alguém ficar de fora desse esforço não haverá Pacto e nós continuaremos vivendo por mais 30 anos aprisionados - resumiu o coordenador técnico do Pacto, Cézar Busatto.
Diferenças preservadas
A cena que se viu ontem, de velhos adversários sentados lado a lado propondo medidas conjuntas, é a maior prova de que o Estado está à beira da bancarrota.
As propostas apresentadas, porém, não eliminam as diferenças partidárias.
- Estamos otimistas, são medidas factíveis, mas isso em nenhum momento substitui a eleição, a disputa - frisou o deputado Raul Pont (PT), um dos coordenadores do Pacto.
Fonte: Zero Hora
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