Pacto tem apoio de sete candidatos
18/07/2006
Apenas Alceu Collares, Guilherme Giordano e Roberto Robaina não se comprometeram com as medidas aprovadas pela Assembléia Legislativa para tentar amenizar a crise financeira do Estado
Se depender de sete dos 10 candidatos a governador, as noites insones dos organizadores do Pacto pelo Rio Grande não serão um esforço em vão. Apenas Alceu Collares (PDT), Roberto Robaina (P-Sol) e Guilherme Giordano (PCO) não se comprometem com as soluções encontradas para a crise financeira do Estado.
Os três rechaçam as propostas aprovadas na quinta-feira pela Assembléia. No grupo favorável às restrições incluídas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governador Germano Rigotto (PMDB) assegura que vai acatar todas as decisões na elaboração do Orçamento de 2007 se for reeleito.
- Essas medidas são o início de um processo de enfrentamento de um déficit estrutural. Mas são necessárias outras, como a renegociação das dívidas com a União - avalia o peemedebista.
Para a deputada Yeda Crusius (PSDB), a emenda garante a governabilidade a curto prazo. Yeda interpreta como conseqüência imediata do Pacto um choque cultural entre os poderes que permite a redução de gastos.
Collares diz que Pacto é interferência no governo
O ex-governador Olívio Dutra (PT) considera um "bom início" as soluções encontradas pelos deputados. O fim da anistia fiscal foi um dos pontos elogiados por Olívio, que aponta um desequilíbrio na matriz tributária do Estado.
Candidato do PP, Francisco Turra alerta que a redução de incentivos fiscais poderá servir de "colírio" para outros Estados que disputam a atração de empresas:
- Sou a favor da medida, mas é preciso encontrar outros caminhos para chamar investimentos.
O time que elenca as críticas se concentra no potencial de arrocho salarial dos servidores que as restrições aprovadas poderiam acarretar.
- Consideramos que o governador deva vetar o Pacto - afirma Collares.
O presidente do Tribunal de Justiça, Marco Antônio Barbosa Leal, recebeu ontem a solidariedade de Collares, que deu respaldo aos argumentos do Judiciário. Collares classificou o Pacto como uma interferência no próximo governo.
A opinião dos candidatos sobre o Pacto
PDT
Alceu Collares
"Estão fazendo uma intervenção no futuro governo. A LDO tem eficácia anual, não pode ter eficácia de quatro anos."
PSB
Beto Grill
"Estou de acordo com todas as propostas. Pretendo colocá-las em prática e aprofundá-las. A palavra-chave é austeridade. É preciso combater a sonegação."
Partido Verde
Edison Pereira
"O Pacto deveria ter sido elaborado no início do governo. De certa forma, é oportunista. Como já está feito, consideramos que todos têm de fazer sacrifícios."
PP
Francisco Turra
"O Pacto mostrou ineditismo, coragem para ousar. O próximo governante terá um norte para se guiar. É preciso cortar onde for necessário."
PMDB
Germano Rigotto
"Procurei não intervir, mas sempre disse que acataria. O pacto está buscando ter a certeza de que o déficit estrutural será enfrentado."
PCO
Guilherme Giordano
"Somos contrários, isso é uma farsa. O trabalhador vai pagar o pato do Pacto, terão de abrir mão ainda mais dos seus direitos."
PT
Olívio Dutra
"É um bom passo dado. É um entendimento para que se traga rigor na construção do Orçamento. Mas não se pode confundir investimentos na máquina pública com despesa."
PSDC
Pedro Couto
"O Pacto propõe medidas que são o espelho do meu plano de governo. Espero que todos cumpram com a sua parte para em todos os poderes."
PSOL
Roberto Robaina
"O Pacto não será cumprido se eu for eleito. A essência desse Pacto é o arrocho dos salários da base do funcionalismo."
PSDB
Yeda Crusius
"O maior mérito do Pacto foi escancarar a crise fiscal. A Assembléia gerou um choque cultural em outros poderes, que nunca se sentiram responsáveis pela situação."
Fonte: Zero Hora
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