Rosane de Oliveira: Ânimos exaltados
18/07/2006
Seria exagero dizer que há uma crise institucional a caminho, mas as relações do Judiciário e do Ministério Público com a Assembléia Legislativa nunca foram tão ruins. O Judiciário já teve sérios conflitos com o Executivo, no governo Olívio Dutra, mas agora a crise atravessou a rua.
- Trincou-se o cristal - define,em tom diplomático, o procurador-geral de Justiça, Roberto Bandeira Pereira.
- Fizeram uma molecagem conosco - diz em seu estilo direto o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Marco Antônio Barbosa Leal.
A decisão do Judiciário de recorrer à Justiça para evitar os cortes no Orçamento é a materialização dos protestos verbais feitos logo depois da votação da LDO.
O Judiciário e o Ministério Público pretendiam ter seu Orçamento reajustado em torno de 10% - mais do que o dobro da inflação prevista para este ano. Nas conversas com os deputados, admitiram reduzir esse índice para 5% sobre o Orçamento de 2006, mas a Assembléia aprovou uma fórmula pela qual a correção será de 3% sobre os gastos com pessoal nos últimos 12 meses.
O Ministério Público fez as contas e concluiu que, com a mudança, o Orçamento de 2007 será 5,5% inferior ao de 2006, com uma perda de R$ 30 milhões. O Judiciário calcula que vai perder R$ 104 milhões em 2007. Ninguém fala em quanto será o corte imposto ao Executivo.
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