Entrevista: Yeda Crusius
15/10/2006
\"A prioridade é equilibrar contas e zerar o déficit\"
Se for eleita governadora no dia 29, Yeda Crusius começará a governar lá pelo dia 6 de novembro, quase dois meses antes da posse. Explica-se: tão logo retorne de uma viagem de descanso, provavelmente a uma praia do Nordeste, Yeda pretende começar a tratar da transição. E é na transição que lançará as bases de um acordo mais amplo do que o Pacto pelo Rio Grande, a ser implantado a partir do primeiro dia de governo.
Esse e outros detalhes do prometido \"novo modo de governar\" foram revelados pela candidata em entrevista a cinco editores de Zero Hora, no final da tarde de quarta-feira, na sede do diretório estadual do PSDB na Avenida Presidente Roosevelt, transformado em comitê de campanha.
De blazer preto sobre camisa azul turquesa, cabelos recém-escovados e maquiagem leve, Yeda conversou com ZH durante cerca de 90 minutos. Antes de começar a entrevista, distribuiu a cada um dos jornalistas uma cópia do seu plano de governo, um documento de 60 páginas que sintetiza o que a candidata chama de um novo jeito de governar.
Yeda recebeu ZH em uma sala com mesa de oito lugares, forno de microondas e um refrigerador com adesivos de telentrega de comida colados na porta. A convite da candidata, sentou-se à mesa a ex-prefeita de Três Passos Zilá Breitenbach, presença garantida num eventual secretariado tucano.
A seguir, a síntese da conversa:
Zero Hora - Como a senhora irá montar a sua equipe se for eleita?
Yeda Crusius - Não temos nada além da definição do secretário do eixo principal, de enfrentamento da crise financeira: Aod Cunha. Como vamos governar por programas, todas as secretarias estariam voltadas para as metas de cada um dos programas que iremos determinar. Não há nenhum movimento de escolha de secretários.
ZH - Qual será o critério de escolha?
Yeda - Será o critério da competência técnica e da lealdade em relação ao projeto. A adesão tem sido feita com base em propostas de prioridades que cada partido encontra no seu programa de governo e fez no primeiro turno. Não apenas as secretarias, mas o corpo de desenvolvimento das ações do primeiro dia será feito com competência. E competência às vezes tem de ser política.
ZH - Existe a especulação de que o seu governo pode privatizar o Banrisul. Essa possibilidade existe?
Yeda - Minha vida mostra que sou uma pessoa de palavra. A minha vale, está no plano de governo. O Banrisul é um instrumento vital. A escolha da oposição, não tendo projeto, foi tentar nos atacar na opinião do vice dita quando líder empresarial. Quanto mais eles insistirem nisso, mais perdem. A sociedade escolheu não fazer política apenas pelo conflito.
ZH - Como a senhora se posiciona diante das declarações polêmicas de seu vice, Paulo Afonso Feijó, sobre o assunto?
Yeda - É um vice como todo vice, diferente do candidato e polêmico. É uma pessoa que não fez política partidária antes. Ele já prestou um enorme serviço ao Estado quando deixou de ser líder empresarial e veio para o outro lado.
ZH - Mas essa unificação da linguagem está garantida?
Yeda - Se for honrada em ser eleita, terei durante quatro anos a busca pela unificação da linguagem. O vice pertence a outro partido. A unificação de linguagem é um processo permanente.
ZH - Quais seriam as medidas imediatas para enfrentar a crise nas finanças?
Yeda - A seriedade com que Germano Rigotto encara a necessidade de ser um governador de transição nos garante abertura das contas e conhecimento dos projetos. Afirmamos que desde o primeiro dia a prioridade é equilibrar contas e zerar o déficit.
* Participaram desta entrevista os editores de Zero Hora Altair Nobre, Luiz Antônio Araujo, Marcelo Ermel, Maria Isabel Hammes e Rosane de Oliveira
Fonte:Zero Hora
15-10-06
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