Yeda quer que União abata dívida caso déficit diminua
31/10/2006
Governadora eleita desconversa sobre formar frente de oposição com Serra e Aécio
Tucana diz que vai cobrar do governo federal créditos com o Estado e que queda da carga tributária depende de uma reforma fiscal
A governadora eleita do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), adiantou ontem que enviará ao Congresso uma sugestão de que os Estados possam abater o pagamento da dívida com a União à medida que reduzirem seus déficits. ""Aqui pretendemos fazer um instrumento de premiação, pelo ICMS, aos que incorporarem valor à exportação. Incorporou o valor, uma parte do ICMS pode ser negociada. É uma premiação pela melhoria", disse. "Se estamos fazendo nossa parte, para zeramento do déficit ao longo dos anos, a mesma coisa vamos requerer do governo federal. Se a gente faz, pode exigir, ficamos credenciados para irmos a Brasília pedir retribuição. No caso da dívida, a cada melhora fiscal devemos ser aliviados do compromisso. É uma sugestão que vamos levar ao Congresso." Sobre a formação de uma frente de oposição com os governadores tucanos, principalmente Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), Yeda foi evasiva, dizendo que o papel da oposição é fiscalizar o governo e fazer denúncias quando cabível. De acordo com Yeda, emissários seus e do governo federal já mantiveram contatos ontem.
Créditos
Questionada sobre o pedido que fará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na primeira reunião com os governadores, ela disse: ""Há créditos que o Rio Grande do Sul sabe que tem junto ao governo federal. Vamos levar primeiro a decisão de colocar conserto na casa, com medidas de gestão que serão conhecidas a partir do dia 1º de janeiro. Mas vamos pedir que o governo honre débitos com o Rio Grande do Sul". O principal deles, disse Yeda, é "o retorno pela Lei Kandir", que desonerou as exportações. "Os Estados produtores e exportadores têm sido penalizados pela sua competência em produzir e exportar." Yeda citou cinco projetos prioritários: resolução de passivos, plano estadual de irrigação (contra as estiagens), redução das mortes por causas externas (acidentes e homicídios), alfabetização na primeira série e redução das mortes no parto. Economista, ela fala em diminuição na carga tributária: ""Quando os serviços públicos são bem feitos, ninguém se importa de contribuir, mesmo que a carga tributária seja alta. A carga tributária é alta no Brasil, não é diferente no Rio Grande do Sul. A diminuição da carga tributária dependerá de iniciativas de reforma fiscal", afirmou a governadora eleita.
Folha de São Paulo/SP
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