Panorama Econômico – Denise Nunes: Aumento de ICMS ronda a sociedade
19/12/2006
O governo estadual eleito pode vir a fazer aquilo que, como todos os outros, prometeu não fazer: aumentar impostos. Desde a campanha, muitas vozes diziam ser impossível abrir mão da receita adicional de ICMS, que expira dia 31. Na quinta-feira passada, em reunião com empresários, algumas informações foram interpretadas como um sinal de que havia risco de aumento. Ontem, em café da manhã com jornalistas, a equipe de transição foi mais específica ao revelar a existência de estudos nesse sentido. Se a medida se confirmar, será um recuo e tanto, uma vez que a governadora eleita Yeda Crusius prometeu com veemência um novo jeito de governar e nada tem sido mais recorrente no Estado do que aumento de impostos. Que o digam o vice eleito Paulo Afonso Feijó, arquiinimigo de aumentos, e o futuro secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, que à frente da Aclame organizava os feirões de impostos. Além do aumento de alíquotas, a medida em estudo prevê a redução do pagamento de créditos tributários a um terço do que é pago hoje.
Descrença
Um dos participantes da reunião de quinta-feira, o empresário Humberto Busnello não crê em aumento do ICMS. 'É um momento de desoneração', diz ele, referindo-se à sanção da Lei Geral. Ele admite que o governo possa avaliar a medida, mas argumenta que uma decisão do tipo exigiria explicações à sociedade.
Defesa
Já o secretário Luis Roberto Ponte acha difícil para o governo sobreviver sem esses recursos. Defensor da medida, ele ironiza o termo tarifaço. 'Sabe o que vai acontecer em 1º de janeiro? 400 mil famílias carentes pagarão 5% a mais na energia, enquanto os mais aquinhoados pagarão 4% a menos', argumenta.
Correio do Povo – Porto Alegre/RS
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