Aliados discutem manutenção
19/12/2006
Desde ontem, quando a possibilidade de prorrogação do aumento de ICMS foi anunciada por integrantes da equipe de transição, entre eles, Carlos Crusius e o futuro secretário da Fazenda, Aod Cunha de Moraes Júnior, partidos que integram a base aliada da governadora eleita Yeda Crusius deram início à série de reuniões para discutir o assunto. No PP, lideranças aguardam detalhamento da proposta e orientação do governo para se posicionar. A executiva e a bancada do partido irão realizar reunião na quinta-feira. Os progressistas estão em situação delicada, pois historicamente defendem que o aumento de impostos não representa solução para a crise. A eventual manutenção do tarifaço também será tema principal da reunião da bancada do PTB, hoje ao meio dia. Até ontem à noite, os parlamentares acompanhavam a evolução da proposta e aguardavam com expectativa contato de Yeda. A bancada somente se posicionará após a confirmação da medida. 'Imaginamos que apenas situação de extrema gravidade levaria o governo a isso. Aguardamos com ansiedade que Yeda nos apresente seus argumentos. O PTB é aliado fiel, mas não pode adiantar posição sem conversar com a futura administração', destacou um interlocutor da bancada. Além dos problemas com os aliados, Yeda enfrentará resistência da oposição. O deputado Adão Villaverde, do PT, afirmou que o partido analisará a matéria, mas adiantou que a posição deverá ser contrária.
Cairoli: prorrogação vai contra promessas
O presidente da Federasul, José Paulo Cairoli, disse ontem que o setor empresarial está aguardando o 'novo jeito de governar' de Yeda Crusius, enfatizando que a manutenção do aumento de alíquotas do ICMS iria contra o que ficou proposto na campanha da tucana. Lembrou que, em palestra na Federasul, Yeda garantiu que não prorrogaria a elevação. 'Manter impostos altos não irá amenizar o déficit financeiro do Rio Grande. O que precisamos é de cortes profundos nas despesas', ressaltou. Na avaliação de Cairoli, a prorrogação é apenas um dos cenários estudados pela equipe de Yeda para o enfrentamento da crise das finanças. Ele salientou não acreditar na execução da medida.
Correio do Povo – Porto Alegre/RS
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