Rosane de Oliveira: Começo difícil
02/01/2007
Determinada a zerar o déficit do Estado em dois anos, a governadora Yeda Crusius deu sinais de que a partir de hoje se inicia um período de privações em toda a máquina estatal. Não especificou no discurso de posse o que pretende fazer para equilibrar as contas, mas avisou que vai enfrentar a crise das finanças com firmeza, para chegar ao fim a que se propõe: a retomada dos investimentos e a melhoria dos serviços prestados à população.
A derrota na Assembléia Legislativa faz com que Yeda assuma com uma previsão de queda na receita por conta da volta das alíquotas de ICMS de combustíveis, telecomunicações e energia elétrica ao que eram até 2004. Trocando em miúdos, são R$ 700 milhões a menos.
Pelo que se ouviu da governadora e dos secretários, começa agora uma tentativa de negociar com a sociedade - leia-se empresários, políticos e servidores públicos - um conjunto de medidas para fazer frente à crise fiscal. Na Assembléia, Yeda prometeu diálogo, o que não significa abrir mão do que pode fazer por decreto, como congelar salários e reter créditos de exportação.
Até 31 de janeiro, a governadora deve ter pronto o novo desenho do seu governo, com a lista dos órgãos públicos sujeitos à extinção. Tudo o que cheirar a duplicidade de funções deverá ser eliminado e os servidores remanejados para outras áreas.
O realismo orçamentário que prometeu implantar poderá exigir de Yeda outras medidas duras, como o repasse de apenas uma parte da fatia do Orçamento destinada aos outros poderes. Ontem, a governadora voltou a falar em compartilhamento do sacrifício. O atraso no pagamento dos salários será uma das últimas alternativas, porque atingiria apenas o Executivo e não interessa à governadora se incompatibilizar com quem presta serviços essenciais, como policiais civis e militares, professores e agentes de saúde.
Fonte:ZH
data:02-01-07
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