Combatendo à sonegação.
01/02/2007
Rogério Mendelski:Combatendo à sonegação.
“Haverá um rigoroso combate à sonegação.” - Governadora Yeda Crusius, mostrando disposição para aumentar a receita estadual.
A governadora Yeda Crusius está disposta a enfrentar a maior crise financeira que o RS já viveu ao longo de sua história, utilizando-se das armas que dispõe. Novas leis e novos decretos serão produzidos no Palácio Piratini porque a saída é essa. Não há outro caminho a não ser diminuir despesas e aumentar receitas. O Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado quer ser parceiro nessa briga contra a sonegação. Seu presidente, Carlos De Martini Duarte, em nota encaminhada à coluna, diz que há anos a sua entidade vem pautando sua atuação na ação de combate aos sonegadores. E, de fato, o sindicato vem alertando aos governos e à sociedade que a Secretaria Estadual da Fazenda tem agido de maneira ineficaz contra a sonegação. De Martini fala: “E a alternativa decorrente tem sido o aumento dos impostos e nunca o aumento da ação fiscal de maneira ostensiva e direta. Antes pelo contrário, vide fechamento de postos fiscais”. Para De Martini, “exemplo gritante dessa não-atuação podemos constatar na ação que a Brigada Militar tem realizado nos estabelecimentos de venda de peças usadas que não são fiscalizados pela Fazenda estadual e se utilizam de milhares de veículos furtados que enriquecem quadrilhas especializadas, aumentando, inclusive, o número de latrocínios para esse intento”.
O presidente do Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado diz que a entidade vem sendo contestada por aqueles que afirmam que falta estrutura na Fazenda estadual para combater a sonegação e por aqueles que afirmam que os índices de sonegação no RS são mínimos, nos níveis da União Européia. No entanto, o que acontece é que são criadas dificuldades no sentido de vender ao governo estadual uma megaestrutura, também ineficaz, que somente irá aumentar as despesas públicas na criação de mais um “palácio”, agora na Receita do Estado. Se a governadora Yeda Crusius conversasse com a direção do Sindicato dos Técnicos do Tesouro do Estado teria uma visão real e prática de como se pega sonegador tentando enganar os cofres públicos. São eles que ficam nos postos fiscais e conhecem um cego dormindo e um rengo sentado. Logo, sentem o “cheiro” dos sonegadores. O corpo técnico fazendário pode ajudar – e muito – nessa luta por mais receita que foi e é sonegada todos os dias.
A Dívida (1)
Cálculos atualizados dizem que a dívida ativa – sonegadores e inadimplentes – chega a 17 bilhões de reais.
A Dívida (2)
De acordo com o secretário estadual da Fazenda, Aod Cunha Júnior, 90% da dívida está em cobrança judicial, mas os 10% restantes podem ser recuperados.
É Muito Dinheiro
Os 10% que podem ser cobrados chegariam a R$ 1,8 bilhão. Se somados ao que se pretende buscar com o pacote lançado na terça-feira - R$ 960 milhões - o déficit estrutural de R$ 2,2 bilhões estaria liquidado já neste ano. Não custa sonhar e torcer.
Fonte:O Sul
Data:01-02-07
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