Rosane de Oliveira: Teoria do caos
23/02/2007
Não está descartado que a governadora Yeda Crusius confirme ainda hoje o pagamento em dia do salário de fevereiro do funcionalismo. No início da tarde, chegou a vazar a informação de que, puxando daqui, esticando dali, o Piratini teria juntado o dinheiro para depositar na conta dos servidores. Logo depois, no entanto, voltou atrás e reiterou a dúvida plantada na quarta-feira pelo secretário da Fazenda, Aod Cunha. Prevaleceu a tática da cautela. O discurso do caos vai se acentuar até que comecem a aparecer os primeiros resultados das medidas fiscais saneadoras. A questão é relativamente simples: em fase de negociação com credores persistentes, entre eles os prefeitos, o Piratini quer reforçar a mensagem de que não há dinheiro nem para as despesas mais elementares. Perplexos com a sensação de que a sociedade gaúcha ainda não entendeu que a situação é greve, o núcleo central do governo seguirá na toada de que o pior ainda está por vir. Não agem assim por maldade, mas porque os números são cada vez piores, é iminente o risco de faltar dinheiro. Demorará para que a curva de agonia financeira seja revertida, mas a pressão sobre o governo é inversamente proporcional à disponibilidade de caixa. As ameaças seguirão como discurso preventivo. A descrição que foi feita ontem por um integrante da equipe da governadora sobre o que pode acontecer em março é mais um atestado de vigência da teoria do caos:
- Não terá dinheiro para o salário de março. Só se houver um milagre de consumo.
Zero Hora – Porto Alegre/RS
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