A Internet no estopim da crise
12/04/2007
A crise que culminou com a demissão de Enio Bacci ganhou força via Internet.
Se os rumores do envolvimento de pessoas próximas ao secretário com donos de bingos e máquinas caça-níqueis já tinham chegado ao Piratini havia algumas semanas, a denúncia - feita pelo site Videversus na terça-feira - de que empresários de jogos teriam pagado pela transferência de delegados reforçou a decisão de ontem da governadora.
Editado pelo jornalista Vitor Vieira, 57 anos, o Videversus (www.videversus.com.br) consiste de uma página com notícias sobre política, economia e justiça, principalmente, e de uma newsletter enviada diariamente para 91 mil e-mails. Depois de dizer que era vítima de ataques "por e-mail", Bacci ameaçou processar o autor da denúncia, que chamou de anônima e atribuiu ao titular da 17ª Delegacia de Polícia, Alexandre Vieira. O editor do site nega que Vieira tenha lhe repassado as informações:
- Não conheço o delegado Alexandre Vieira, nunca estive com ele, não sei nem que cara ele tem.
Sobre o secretário, Vieira também disse que o pedetista o levava em pouca conta, por não saber que o jornalista teria "centenas de fontes, todas de primeiro nível, muito bem informadas."
Jornalista desdenha ameaças de processo
Vieira começou a carreira como jornalista em 1970, em Zero Hora. Foi repórter e editor de Mundo do jornal com Marco Aurélio Garcia, hoje assessor da Presidência para Assuntos Internacionais. Passou 15 anos em São Paulo, onde trabalhou nos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, e retornou ao Rio Grande do Sul para chefiar a sucursal da revista Veja em Porto Alegre.
No fim da década de 80, trocou o jornalismo impresso pela assessoria política. Trabalhou em secretarias de Estado nos governos Pedro Simon (1987-1990), Alceu Collares (1991-1994) e Antônio Britto (1995-1998), antes de criar o Videversus, site que mantém há três anos. Vieira diz não ser filiado a nenhum partido.
Quanto à ameaça de processo do ex-secretário pelas denúncias, diz estar acostumado. E desdenha:
- Não é coisa que me incomode. Querem tentar cercear a minha liberdade, como fazem com a imprensa.
Fonte: Zero Hora
Data: 12-04-07
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