Reforma política e corrupção
30/05/2007
Abalada por sucessivos escândalos de corrupção, a Câmara dos Deputados deve reagir votando pontos da reforma política, tida como antídoto para novos casos de desvios de dinheiro público. A decisão remete a uma pergunta: de que reforma estamos falando, afinal?
Se é verdade que a fidelidade partidária é quase consenso, não se pode dizer o mesmo de outros pontos como o financiamento público das campanhas e o voto em lista fechada. Um não existe sem o outro, mas a proposta das listas preordenadas enfrenta forte resistência entre os parlamentares e pode afastar ainda mais os eleitores, pelo risco de eternizar nos legislativos os caciques partidários que estariam sempre no topo.
Pairam dúvidas sobre a eficácia do financiamento público. Primeiro, porque não se tem certeza de que será possível coibir o financiamento privado por meio do caixa 2. Segundo, porque quem tem vocação para corrupto aceitará, por exemplo, que empresas com algum interesse em jogo no Congresso paguem suas contas pessoais ao longo do mandato.
Sozinha, a reforma não conseguirá inibir a corrupção. Deputados que participaram da primeira reunião de um grupo de combate dedicado ao tema imaginam ser possível reduzir "as deficiências estruturais"que permitem o desvio de dinheiro público antes de a primavera chegar.
Fonte: Zero Hora
Data:30-05-07
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