Rede de sonegação agia no Estado
23/06/2007
Operação Reluz prende no RS sócio de uma distribuidora e recolhe documentos e carro de luxo
Cigarros eram distribuídos sem o pagamento dos impostos
A Polícia Federal desencadeou ontem a Operação Reluz em dez estados brasileiros. No RS, a Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF prendeu um sócio de uma distribuidora de cigarros e fez várias apreensões, desde documentos até automóveis. A ação consiste no combate a um esquema utilizado por fabricantes de cigarros em São Paulo que distribuem os produtos sem pagar os devidos impostos. Além de SP e RS, a quadrilha atuava em Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Pará e Rondônia.
A rede de sonegação envolvia até escritórios de contabilidade e indústrias do setor de cigarros. Empresas do setor de bebidas, sobretudo de cervejas, se utilizariam também de distribuidora 'laranja'. Estão sendo acusados contadores, diretores e donos de indústrias de cigarros, além de servidores públicos, muitos com antecedentes criminais. Um dos líderes da quadrilha faria parte de uma tradicional família do interior de Minas Gerais. A PF também investiga um esquema de desvio ilícito por parte de alguns produtores de fumo de cargas, posteriormente enviadas para o Paraguai. Segundo o superintendente da PF no RS, delegado Ildo Gasparetto, agentes gaúchos passaram os últimos seis meses em São Paulo, investigando a quadrilha. Nesse período, o processo passou da Justiça Federal de Porto Alegre para a da capital paulista, e os policiais constataram que o bando era maior do que o esperado. 'Foram detidos os 'peixes grandes'. Grandes sonegadores centralizaram as ações e essa investigação começou aqui no RS, porque diversas cargas de cigarro entravam por Uruguaiana', revela Gasparetto.
O dinheiro obtido no esquema era retirado nos caixas de bancos ou transitava por contas bancárias. Parte dele era gasto em cassinos clandestinos ou aplicados em imóveis de alto padrão, fazendas, veículos de luxo, embarcações e aeronaves. As investigações apontam o apoio de servidores da própria Receita. Uma auditora-fiscal de São Paulo repassava inclusive informações sigilosas sobre operações e reuniões internas do órgão.
Fonte: Correio do Povo de 23/06/07
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