Rosane de Oliveira: Crise nas relações
08/08/2007
Foram da surpresa à indignação as reações do governo à notícia de que o Judiciário e o Ministério Público haviam pedido à Assembléia o desarquivamento dos projetos que instituem a remuneração por subsídio. Embora na sexta-feira o procurador-geral de Justiça, Mauro Renner, tenha anunciado que buscaria uma aliança com o Judiciário para desengavetar os projetos e ter mais força nas negociações com o Executivo, ninguém no Piratini imaginou que isso seria feito agora. O chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, soube da novidade no final da tarde, por um telefonema do presidente da Assembléia, Frederico Antunes. Imediatamente, ligou para o presidente do Tribunal de Justiça, Marco Antônio Barbosa Leal, reclamando por não ter sido comunicado da decisão.
- É falta de sensibilidade absoluta querer aprovar um projeto que aumenta os gastos quando o Estado está atrasando salários. Eles (Judiciário e Ministério Público) estão dissociados da realidade da sociedade gaúcha - disse Záchia ontem à noite.
O secretário da Fazenda, Aod Cunha, que estava em Brasília e saía de uma reunião com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, quando soube da notícia, ficou estarrecido:
- É inacreditável. Eles conhecem a situação das finanças do Estado. Sabem que não temos como bancar um aumento de gastos que chega a quase R$ 300 milhões por ano. Foi uma atitude intempestiva e fora do padrão das nossas relações.
Zero Hora - Porto Alegre/RS
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