Rosane de Oliveira: Confronto aberto
09/08/2007
Se a governadora Yeda Crusius é diplomática nas manifestações públicas sobre o subsídio, o secretário da Fazenda, Aod Cunha, esbanja disposição para o embate com o Judiciário e o Ministério Público, usando números como armas. Com base em relatórios gerenciais, os técnicos da Secretaria da Fazenda fizeram os cálculos e chegaram ao impacto de R$ 293 milhões por ano, que o presidente do Tribunal de Justiça, Marco Antônio Barbosa Leal, considera irreal.Nas contas da Secretaria da Fazenda não entram apenas os salários dos juízes e promotores em início de carreira, que passarão de R$ 10,9 mil para R$ 17,6 mil quando o subsídio for aprovado. Os técnicos contabilizam o acréscimo nos adicionais de substituição e de férias (duas vezes de um terço do salário), nas gratificações de direção e nas diárias de viagens. A Fazenda soma, também, o aumento de gastos com o Judiciário, o Ministério Público, o Tribunal de Contas, a Defensoria Pública e a Procuradoria-Geral do Estado. A avaliação do governo é de que não há clima para a implantação do subsídio, mesmo que a longo prazo o sistema seja vantajoso por acabar com os penduricalhos nos contracheques. A alegação é de que se o governo não está conseguindo pagar em dia o salário de quem ganhar acima de R$ 1.950, não pode concordar com uma medida que, na prática, aumenta em 60% a remuneração de quem já ganha R$ 10,9 mil.
Aliás
Aliados do governo acham que o Piratini não tem saída a não ser negociar um prazo para a implantação do subsídio, porque os projetos serão aprovados pela Assembléia, apesar da caótica situação financeira do Estado.
Zero Hora - Porto Alegre/RS
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