Yeda quer urgência na análise do pacote contra déficit fiscal
03/10/2007
O pacote de medidas para conter o déficit público preparado pelo governo do Estado deve chegar à Assembléia Legislativa na sexta-feira acompanhado de pedido de urgência para votação em plenário. Para a governadora, a urgência é necessária para que o governo saiba com o quanto antes com que orçamento poderá contar em 2008. O pedido de urgência prevê 30 dias ininterruptos aos deputados para votar o conjunto de medidas. Depois deste prazo, elas passam a trancar a pauta de votação da Assembléia.Em entrevista ao programa Conversa com a Governadora, da Rádio Piratini, Yeda garantiu que o governo vai buscar uma nova frente de diálogo com a população gaúcha para o esclarecimento do pacote, depois da etapa de conversações com líderes empresariais, sindicais e parlamentares.
Ao longo da tramitação do texto no Legislativo, o governo deve se dedicar à divulgação do pacote por meio dos veículos oficiais (site do governo, Rádio Piratini e TV Piratini) e de entrevistas dos secretários. "Todas as perguntas sobre o plano serão respondidas", assegurou.Entre os planos do Piratini está a elaboração de uma cartilha, disponível no site do governo, com explicações sobre a proposta. "É a oportunidade de pergunta e resposta. Nós já coletamos quais são as principais perguntas e estamos buscando responder", disse.Ontem o governo intensificou o esforço de apresentação do pacote ao empresariado. À noite, uma força-tarefa formada por secretários da governadora expôs para lideranças da indústria, na Fiergs, os principais pontos do pacote. Antes, à tarde, Yeda recebeu no Palácio Piratini o presidente da Federação do Comércio de Bens e de Serviços no Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Flávio Sabbadini. Ao secretário da Fazenda, Aod Cunha, e ao chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, coube apresentar o pacote em encontros com o vice-governador Paulo Feijó e com diretores da Federação das Indústrias do Estado (Fiergs).Depois do encontro com a governadora, Sabbadini elogiou pontos do pacote como a criação de um novo sistema previdenciário para os funcionários públicos do Estado. Para ele, é uma reorganização que aproxima o Estado à realidade da estrutura da iniciativa privada.Por outro lado, o dirigente criticou a intenção do Piratini de reajustar alíquotas de ICMS. Segundo ele, a governadora sinalizou com a possibilidade de ampliar de 17% para 18% a alíquota básica do ICMS além de aumentar o imposto que incide sobre energia elétrica, combustíveis, telefonia, cigarro e bebidas alcoólicas.Sabbadini disse que medidas como o aumento de impostos já foram tomadas, mas não serviram para resolver os problemas estruturais do Estado. Para ele, a confirmação da proposta prevendo a majoração de alíquotas deve receber uma reação forte da sociedade. "Não existe espaço para isso, não está sobrando dinheiro", argumenta.O empresário disse que a Fecomércio-RS deve se posicionar em definitivo sobre o projeto depois de quinta-feira, quando Aod deve ir à sede da entidade para detalhar o pacote à dirigentes da Federação. A rodada de reuniões de articulação do projeto será retomada já na manhã de hoje, no Palácio Piratini, com várias reuniões.
Jornal do Comércio - Porto Alegre/RS
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