Piratini busca dinheiro para pagar 13º
07/11/2007
Aod pedirá hoje verba de estradas para pagar servidores
Sem dinheiro em caixa, o governo do Estado quer a ajuda da União para pagar o 13º salário do funcionalismo gaúcho.Hoje, o secretário da Fazenda, Aod Cunha, vai pedir ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, liberação de recursos para honrar o compromisso com os servidores. A verba teria origem em uma antiga reivindicação, referente a ressarcimento de investimentos estaduais em estradas federais, totalizando R$ 2 bilhões. Do outro lado da mesa, está o interesse do Planalto em angariar o apoio dos governadores para a aprovação da CPMF no Senado.
- Essa é uma hora em que o governo federal está fazendo concessões. Vamos ver o que ele faz com relação ao Estado - comentava ontem o senador Pedro Simon (PMDB).
Os senadores Simon, Sérgio Zambiasi (PTB) e Paulo Paim (PT) estarão ao lado de Aod no encontro de hoje, marcado para as 12h. A comitiva ainda estará reforçada pela presença do líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), um dos comandantes das negociações para tentar aprovar a prorrogação da CPMF. Há três semanas, por sugestão de Simon, Raupp ligou para Aod e, de imediato, perguntou:
- No que podemos ajudar o Rio Grande do Sul?
Aod explicou a situação do Estado e ainda reforçou a necessidade de recursos imediatos para o pagamento do 13º. Ficou costurado que essas questões seriam debatidas em Brasília, em um encontro com a equipe econômica. Na última segunda-feira, dois dias antes da reunião, a oferta ganhou ainda mais peso. Foi a vez de Mantega ligar para a governadora Yeda Crusius. Sem meias palavras, ele iniciou a conversa pedindo apoio à prorrogação do chamado imposto do cheque. Yeda reafirmou que já havia se manifestado favorável à CPMF. A conversa, no entanto, se estendeu. O ministro perguntou como estava a situação financeira do Rio Grande do Sul.
- Imaginei que o senhor soubesse - retrucou Yeda, antes de desfiar um rosário de problemas, entre eles o atraso na folha de pagamento.
- A folha está atrasada? Não sabia - comentou Mantega.
Aod evitou vincular negociação a apoio à CPMF
Essa não é a primeira vez que a equipe de Yeda tenta reaver os recursos das estradas para tentar cobrir seus compromissos. Até mesmo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, já foi acionada para que a verba fosse devolvida aos cofres gaúchos. Como as negociações não obtiveram sucesso, sendo desencorajadas até mesmo pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, a governadora desistiu de incluí-las na proposta de orçamento. Agora, frente ao assédio do Planalto, antigas questões voltaram à tona. Aod, inclusive, preparou uma série de reivindicações, que será entregue ao ministro como sinal da retomada de uma pauta considerada perdida.
- Não temos dinheiro para pagar o 13º. Isso é um fato. Por isso, vamos resgatar essa pauta antiga e tentar um acordo com o ministro - disse Aod, que prefere não vincular essa negociação com o apoio direto do Piratini à CPMF.
Ontem, Aod esteve reunido com o secretário do Tesouro para falar sobre a ampliação do empréstimo com o Banco Mundial (Bird). Augustin aprovou o aval para que o financiamento passe de US$ 500 milhões para US$ 1 bilhão. Além disso, Aod aproveitou para apresentar ao Tesouro a minuta da carta-consulta que será encaminhada ao Bird. Ficou acertado que alguns ajustes serão feitos no documento, previsto para ser enviado à Comissão de Financiamento Externos (Cofiex) do Ministério do Planejamento até o final deste mês.
Zero Hora - Porto Alegre/RS
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