Yeda cogita retorno de Záchia e Alba
21/11/2007
Caso volta do chefe da Casa Civil à Assembléia não se confirme, Odone poderá ser líder do governo
A governadora Yeda Crusius dedicou parte do dia de ontem à composição do novo desenho político da administração. Uma das alternativas cogitadas por Yeda é o retorno do chefe da Casa Civil, Luiz Fernando Záchia, e do secretário de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Marco Alba, ambos do PMDB, à Assembléia em dezembro. Assim, Yeda garantiria a dedicação exclusiva de Záchia, como líder do governo, às negociações com a base, sem as preocupações institucionais da Casa Civil. Além disso, provocaria a saída de Álvaro Boessio do parlamento. Como ele é o primeiro suplente do PMDB, a volta de só um secretário não resolveria a questão, pois atingiria apenas o segundo substituto, Sandro Boka. No dia 14, Boessio votou contra o projeto de elevação do ICMS e auxiliou na derrota do governo. Interlocutores de Yeda, porém, tentam convencê-la a desistir da estratégia. Argumentam que a medida poderia agravar os atritos com a bancada do PMDB. Também dizem que representaria problema em função da falta de substituto imediato para Záchia. Uma das preocupações da cúpula do Executivo é evitar mais impasses com partidos que integram a base e conseqüente reflexo, em plenário, na votação do orçamento de 2008. A análise deverá ocorrer em 5 de dezembro. Como alternativa ao retorno de Záchia, o deputado Paulo Odone, do PPS, está sendo cogitado por Yeda para assumir a liderança do governo, substituindo Adilson Troca, do PSDB. Neste caso, a medida ocorreria somente no ano que vem.Hoje pela manhã, será confirmada a primeira alteração política do governo, devido à derrota do Plano de Recuperação do Estado. Após encontro com Yeda, às 10h, o secretário de Ciência e Tecnologia, Pedro Westphalen, do PP, oficializará seu desligamento para retornar à Assembléia. Com a volta do titular do mandato, a suplente Leila Fetter, contrária aos projetos propostos pelo Executivo, perderá a cadeira no parlamento. O PP tem a expectativa de que o secretário substituto, Paulo Maciel, também do partido, assuma no lugar de Westphalen. Porém, a tendência é que a governadora confirme no cargo diretor técnico da secretaria, sem ligação com partido político. Até o final da tarde de ontem, Leila não havia sido comunicada sobre a mudança. Mesmo sem a formalização por parte do Piratini ou do PP, o clima no gabinete foi de despedida. Antes de deixar a Assembléia, Leila recebeu a solidariedade de deputados de vários partidos. Aos amigos, Leila disse estar preparada para deixar o cargo com tranqüilidade. Não escondia, porém, a tristeza.
Correio do Povo - Porto Alegre/RS
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