A dor de cortar na carne
28/02/2008
Deputados que participaram da reunião "de catarse" sobre a atividade parlamentar, na noite de terça-feira, ficaram impressionados com a força que o presidente da Assembléia, Alceu Moreira, fez para convencer os colegas a aceitarem a redução no valor das diárias. Para um grupo, Alceu chegou a propor um corte de 50% no valor da diária, que é de R$ 578,23 para qualquer lugar no Brasil, inclusive dentro do Estado. Os deputados acharam a proposta absurda. Depois de uma larga barganha, o corte ficou estabelecido em 20% do benefício original, mas só em viagens para o Interior.
Houve quem propusesse até que fosse aumentado o número de diárias para servidores, que hoje é de 10 por gabinete, e se reduzisse o valor a que o deputado tem direito. Mas a discussão maior - no encontro de quatro horas de duração - ficou por conta das cotas de gabinete. O máximo que os deputados aceitaram foi o corte linear de R$ 1 mil de um total que varia entre R$ 15,8 mil e R$ 17,6 mil.
Um dos temas que mais provocaram reclamações na reunião convocada para discutir os gastos parlamentares foi uma mudança radical no sistema de abastecimento dos carros dos deputados. Em vez de pedirem notas fiscais a cada vez que encherem seus tanques de gasolina, os parlamentares terão de usar um cartão de crédito da Assembléia. A novidade, definida no ano passado, entrará em prática em cerca de 15 dias e permitirá maior controle do uso da verba disponível para a gasolina, como já se faz no Executivo.
Os deputados reclamam que o cartão irá causar constrangimentos porque a população anda desconfiada de cartões corporativos e duvidam que conseguirão usá-lo em pequenas cidades do Interior. A direção da Assembléia pretende implementar o sistema para depois ajustá-lo a eventuais dificuldades.
Fonte: Rosane de Oliveira - Zero Hora
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